O conflito entre Israel e Irã atingiu um patamar alarmante. Com ataques diretos e sem precedentes nos últimos dias, incluindo bombardeios a instalações nucleares, o mundo volta a temer a possibilidade concreta de uma guerra nuclear e até de um conflito de proporções globais.
A crise se agravou após a operação militar lançada por Israel, batizada de “Rising Lion”, na madrugada da última quinta-feira. A ofensiva destruiu partes estratégicas das usinas nucleares de Natanz, Fordow e Esfahan, que segundo fontes de inteligência ocidentais, eram centrais no avanço do programa nuclear iraniano. Além das instalações, foram alvos residências de cientistas e instalações da Guarda Revolucionária. Vários altos oficiais iranianos e técnicos ligados ao enriquecimento de urânio morreram nos ataques. O Irã reagiu com fúria. Em menos de 24 horas, lançou uma retaliação massiva com mais de cem mísseis e drones contra Tel Aviv, Jerusalém e outras cidades israelenses. Apesar de a maioria ter sido interceptada com apoio dos sistemas antimísseis norte-americanos, houve danos e vítimas em diversas localidades.
A escalada reacendeu o temor de um conflito que ultrapasse as fronteiras do Oriente Médio. O Irã, que possui atualmente mais de 400 kg de urânio enriquecido a 60%, está perigosamente próximo do patamar necessário para produzir uma arma nuclear. A Agência Internacional de Energia Atômica alertou que, caso Teerã decida romper definitivamente os acordos internacionais, poderá fabricar uma ogiva atômica em poucas semanas. Israel, embora nunca tenha admitido oficialmente, é considerado por diversas fontes uma potência nuclear, com um arsenal estimado em até 90 ogivas.
Diante dessa conjuntura, o risco de uma guerra nuclear se tornou mais real do que nunca. Autoridades iranianas afirmaram que os ataques israelenses são equivalentes a uma declaração de guerra, e prometeram retaliações ainda mais duras. O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, por sua vez, declarou publicamente que “mais está por vir”, sugerindo que novas operações já estão em curso. A retórica agressiva de ambos os lados eleva a tensão a níveis inéditos desde a década de 1970.
O envolvimento direto dos Estados Unidos, que deslocaram navios, aviões e sistemas antimísseis para a região, também preocupa. A movimentação de tropas americanas foi classificada pelo Irã como provocação, enquanto a Rússia e a China condenaram os ataques israelenses e exigiram contenção imediata por parte do Ocidente. A possibilidade de arrasto de potências globais para um confronto direto transformaria esse embate em um gatilho perigoso para uma guerra de escala mundial.
A ONU convocou uma reunião de emergência, mas o Conselho de Segurança não chegou a um consenso. Enquanto isso, os mercados financeiros globais despencam, o barril do petróleo ultrapassa os US$ 120, e cresce o temor de que o próximo passo seja o ponto de não retorno. Líderes religiosos e diplomáticos pedem um cessar-fogo urgente, mas as declarações oficiais de Teerã e Tel Aviv apontam para o contrário.
O cenário atual remete aos momentos mais sombrios da Guerra Fria. Como afirmou um analista do Instituto Internacional de Estudos Estratégicos: “O relógio do Juízo Final acaba de avançar mais alguns minutos.” A escalada entre Israel e Irã não é mais apenas um conflito regional: é uma ameaça direta à paz mundial. O futuro imediato dependerá de decisões tomadas nas próximas horas. E cada minuto pode ser decisivo.