“Cepa carrega uma constelação incomum de mutações e é muito diferente de outros tipos que já circularam. Horrível, a pior já vista”, diz especialista.
Uma nova cepa de Covid-19 foi detectada na África do Sul nesta quinta-feira (25). Os cientistas responsáveis pela descoberta disseram que a variante, batizada de B.1.1.529, tem disseminação extremamente RÁPIDA. Ainda é cedo para dizer o quão perigosa é a variante B.1.1.529. Isto porque ela ainda está restrita a uma Província sul-africana. Entretanto, um pesquisador já a classificou como “horrível”, enquanto outro disse à reportagem que ela é a pior já vista.
Ela apresenta uma “constelação muito incomum” de mutações, que podem escapar da resposta imunológica do corpo e torná-la mais transmissível, afirmaram os profissionais da saúde, preocupados com a descoberta. Os cientistas também disseram que a variante B.1.1.529 tem pelo menos 10 mutações, em comparação com duas para Delta ou três para Beta. Até agora, se espalhou mais entre os jovens.
O país registrou 22 casos positivos após o sequenciamento genômico. A nova variante já foi detectada em Botsuana e Hong Kong, em viajantes da África do Sul. O Ministro da Saúde da África do Sul, Joe Phaahla, disse que a nova cepa estava por trás do aumento dos casos, e representava uma “séria preocupação e uma grande ameaça”.
As infecções diárias aumentaram para mais de 1.200 na última quarta-feira,25. No início do mês eram cerca de 100. No total desde o começo da pandemia foram registrados quase 3 milhões de casos e 89 mil mortes por covid-19 no país. Antes da detecção da nova variante, as autoridades previram que uma quarta onda atingiria a África do Sul a partir de meados de dezembro, impulsionada pelas viagens de fim de ano.
Em uma entrevista, o professor Tulio de Oliveira, diretor do Centro para Resposta Epidêmica e Inovação, na África do Sul, disse que foram localizadas 50 mutações no total, e mais de 30 na proteína spike — “chave” que o vírus usa para entrar nas células e alvo da maioria das vacinas contra a covid-19. Oliveira, que é brasileiro, disse que a variante carrega uma “constelação incomum de mutações” e é “muito diferente” de outros tipos que já circularam.