OPERAÇÃO USG ENCONTRA DESVIOS DE PELO MENOS R$ 12 MILHÕES. Plantões, pacientes e serviços ‘fakes’: Polícia investiga desvios de verbas públicas na Bahia
Conforme havíamos divulgado sobre boatos de possíveis investigações contra crimes de corrupção nos serviços públicos de saúde, foi deflagrada na manhã desta terça-feira a primeira operação que já descobriu esquema de desvios que somam um prejuízo de R$ 12 milhões aos cofres públicos. Segundo as primeiras informações, prefeitos, secretários municipais de saúde, servidores públicos, outros agentes políticos, além de médicos e empresas suspeitas estão na lista de investigados na “Operação USG”, deflagrada pelo Departamento de Repressão e Combate à Corrupção, ao Crime Organizado e à Lavagem de Dinheiro (Draco), por meio da Delegacia Estadual de Combate à Corrupção (Deccor). A operação acontece na manhã desta terça-feira (17), inicialmente no município de Formosa do Rio Preto, localizado no Oeste baiano, e nas cidades de Corrente e Bom Jesus, no Piauí.
As ações dos policiais civis da Deccor/Draco, visam desarticular um esquema de desvios de verbas públicas, fraudes em licitações e contratações, entre outros crimes decorrentes de irregularidades na execução de contratos de serviços médicos, praticados por uma associação criminosa composta por servidores dos municípios em conluio com empresas “especializadas nesta área”. Conforme as investigações, os crimes de corrupção já somam um prejuízo inicial de R$ 12 milhões aos cofres públicos municipais.
Equipes do Draco cumprem mandados judiciais em residências de médicos, “laranjas”, de políticos, ex-secretários municipais de saúde e também em clínicas e postos de saúde, localizados na cidade baiana distante 1.026 Km de Salvador e no Piauí. Entre as ações, o Departamento também executou o bloqueio dos valores desviados, presentes em contas de três clínicas e ouras empresas que possuem contratos com alguns municípios baianos, além das pessoas investigadas.
As apurações do Draco encontraram evidências que apontam diversas irregularidades na Secretaria de Saúde de Formosa do Rio Preto, que podem representar a ponta de um iceberg na Bahia: exames incompatíveis, a exemplo de ultrassonografias transvaginais em pacientes do sexo masculino, pagamentos por serviços médicos não prestados à população, plantões fictícios, listas fraudulentas de pacientes, números de exames destoantes da realidade, além da utilização de empresas de fachadas para promover a destinação ilícita de recursos.
A partir dos materiais coletados nas diligências da Operação USG, o Draco irá ampliar as investigações para diversos outros pontos suspeitos, estimando a possibilidade da participação de outros municípios e empresas suspeitas, rastreamento de valores desviados, além dos que já foi encontrados até esta fase das apurações.