Mesmo com promessa de anúncio de uma chapa de consenso com a saída de Wagner, prefeitos já falam em desarrumação do grupo com forte repercussão nos municípios.
Apesar da expectativa de uma rearrumação e a volta da unidade na base do governo Rui Costa, com a troca na cabeça de chapa para concorrer a eleição deste ano, é visível o incômodo entre prefeitos e lideranças de diversos municípios do interior. Antes, mesmo com a crescente ameaça da candidatura de ACM Neto pela oposição, havia união em torno do grupo governista. Hoje o que se ouve em diversos municípios é a incerteza e até revolta de alguns gestores que não se alinham com Otto e com o PSD (55). Tudo por conta de sérias divergências locais. O Senador Otto é amado por alguns, mas, odiado por outros grupos políticos que caminhavam com o PT.
Para se ter uma ideia do verdadeiro ‘fogo no parquinho’, provocado pela desistência de Wagner e a aspiração de Rui em concorrer ao senado, já existem muitas lideranças do interior repensando seu apoio e analisando as próximas decisões do grupo no governo, para se posicionarem nos municípios. Pode não parecer, mas, é possível que haja uma debandada de prefeitos que não aceitarão ver o seu opositor local, quem ele derrotou nas últimas eleições municipais, dividindo palanque e talvez até com mais moral do que o prefeito que apoiava Rui e Wagner. Nossa reportagem tem observado o esforço de deputados estaduais e federais, em combater o fogo, tentando apaziguar os ânimos, mas a coisa está esquentando, pelo menos nas cidades do sertão.
São muitas rusgas e desavenças que dificilmente um pedido do governador e até de Lula possa ter o poder de eliminar. ‘Não se mistura água com vinho’ disse um dos prefeitos que pediu reserva ao Jornal O Eco. “Eu acredito que não fico no grupo, meu povo, nosso grupo não aceitam subir no mesmo palanque de quem tanto nos atacou” disse reservadamente o gestor. De fato, a coisa vem tomando dimensões preocupantes e só quem tem ganhado com isso é o principal opositor, ACM Neto, que já recebe em off, inúmeros contatos de lideranças buscando alinhamento político. Existem, é evidente, os prefeitos do 55 que estão felizes e esperançosos com um possível governo de Otto Alencar, mas diante do atual cenário, isso pode estar mais distante do que imaginávamos.
Homem experiente na política, é evidente que o Senador Otto já percebeu essa rejeição, não somente na cúpula do PT como nos diversos adversários que naturalmente possui dentro do grupo pelo interior baiano. Ele esperava ver uma sinalização de unidade, fato que não aconteceu ainda. A própria esquerda reagiu neste fim de semana numa tentativa de arrumação do jogo pela convocação do Conselho Político, enterrado por Rui Costa (PT). Apegando-se ao homem forte do Brasil, Otto disse em evento que “sempre apoiou” Lula no Senado Federal. “Quero deixar bem claro a minha posição, a minha posição de aliança, de unidade em torno de Lula, de Wagner, de Rui Costa, de nossos deputados federais e estaduais”, declarou.
A volta de Lula do México, conforme, será decisiva para tentar aparar de vez as arestas e definir a organização. Está no jogo, inclusive, o ex-presidente desembarcar na Bahia para participar do lançamento da pré-candidatura. Enquanto isso, Diante de tamanho impasse, Otto Alencar, volta a adotar uma postura de silêncio para poder digerir as informações recentes sobre a movimentação e grande impacto gerado na futura chapa governista. o senador ainda não está convencido sobre o caminho que o leva para a disputa por uma cadeira que jurava de pé junto não almejar.