No Estado, o cenário tem suas particularidades e está diretamente ligado ao avanço do governador Jerônimo Rodrigues (PT), que tem conseguido atrair boa parte dos deputados estaduais do PP, além de se aproximar de um acordo com o PDT
Nos bastidores da política nacional, grandes mudanças estão acontecendo. Para sobreviver e manter poder, partidos estão se unindo. Dois movimentos recentes chamam atenção: a federação entre União Brasil e Progressistas (PP), que será chamada de União Progressista, e a fusão entre PSDB e Podemos. Essas uniões visam garantir mais espaço no Congresso, mais dinheiro para campanhas, mais tempo de propaganda eleitoral e força para lançar candidatos competitivos nas eleições de 2026.
Mas na Bahia, o cenário tem suas particularidades e está diretamente ligado ao avanço do governador Jerônimo Rodrigues (PT), que tem conseguido atrair boa parte dos deputados estaduais do PP, além de se aproximar de um acordo com o PDT, o que pode enfraquecer ainda mais a oposição no estado. A disputa interna entre caciques na Bahia, prejudica muito a federação União Progressista: A federação entre União Brasil e PP vai formar o maior grupo político do Congresso, com 109 deputados federais e 13 senadores. No papel, essa união é estratégica. Mas, na prática, tem gerado conflitos internos, principalmente na Bahia, onde o União Brasil é comandado por ACM Neto e o PP tem como liderança o deputado federal Mário Júnior.
Na formação da federação, a disputa por espaço e controle já começou. Ambos os líderes querem manter influência sobre as decisões partidárias no estado, e o clima é de desconfiança. O avanço do PT de Jerônimo sobre as bases do PP aumentou ainda mais essa tensão. Vários deputados estaduais do PP, antes oposição, estão migrando para a base do governador. Isso tem esvaziado o partido e fragilizado o PP, ao mesmo tempo em que expõe a dificuldade de ACM Neto em manter a coesão da oposição na Bahia após sua derrota nas eleições de 2022.
PSDB e Podemos: união para não desaparecer – Já PSDB e Podemos decidiram se fundir em um novo partido. O PSDB, que governou o Brasil por oito anos, perdeu força e viu muitos de seus quadros deixarem a legenda. Na Bahia, o partido praticamente desapareceu. Com a fusão, o novo partido espera superar a cláusula de barreira (regra que impede partidos pequenos de ter acesso ao fundo partidário e ao tempo de TV) e tentar lançar um nome competitivo à Presidência em 2026. Mas a sigla terá dificuldades de crescer em estados como a Bahia, onde a esquerda tem dominado as últimas eleições.
O que muda nas eleições de 2026: Essas mudanças reduzem o número de partidos em disputa e aumentam a briga interna por espaço. Com menos partidos, cada legenda terá menos vagas para candidatos, e apenas os nomes com mais votos (os chamados “puxadores de votos”) devem ser priorizados. Na Bahia, a tendência é de que o PT amplie ainda mais seu espaço, já que o governador Jerônimo tem enfraquecido a oposição ao atrair aliados dos antigos partidos adversários.
Ao mesmo tempo, União Brasil e PP vão precisar se entender internamente se quiserem lançar candidaturas fortes no estado. A disputa entre ACM Neto e Mário Júnior pode acabar prejudicando os planos do carlismo.