Base petista na Assembleia Legislativa mostrou desidratação com o deputado obtendo apenas 36 votos – apenas quatro a mais do mínimo exigido.
O deputado estadual Paulo Rangel (PT) confirmou o favoritismo e foi eleito o sétimo conselheiro do Tribunal de Contas dos Municípios (TCM). Ele vai ocupar a cadeira que estava vaga após a aposentadoria compulsória de Fernando Vita no final do ano. Ao enfrentar o ex-deputado federal Marcelo Nilo (Republicanos), o petista teve 36 votos – apenas quatro a mais do mínimo exigido – na votação que ocorreu na tarde desta terça-feira (5) na Assembleia Legislativa da Bahia (Alba).
Com a vitória, Rangel torna-se o quarto conselheiro da Corte de Contas ligado ao Partido dos Trabalhadores, mas chega ao tribunal com a pior votação entre eles. O ex-deputado federal Nelson Pelegrino, que foi eleito em setembro de 2021, obteve 50 votos. Ronaldo Sant’Anna, que era militante petista, recebeu os votos dos 53 deputados presentes à sessão em maio do ano passado. Até mesmo a ex-primeira-dama Aline Peixoto, que enfrentou diversas polêmicas, conquistou mais apoios do que Rangel. Ela teve 40 votos em março de 2023.
Aline Peixoto é casada com o ex-governador da Bahia e ministro da Casa Civil, Rui Costa (PT), que tensionou para que a mulher fosse escolhida. O caso ganhou repercussão em todo país e a imprensa nacional chamou de “esposismo” – o favorecimento a esposas.
A aprovação do nome de Paulo Rangel ocorreu em meio a um conflito na base petista. Isso porque o PCdoB queria que o grupo do governador Jerônimo Rodrigues (PT) elegesse o deputado estadual Fabrício Falcão (PCdoB) para o posto. Os comunistas disseram que havia um acordo com o chefe do Executivo baiano para indicá-lo ao cargo. Só que o governo não só descumpriu a promessa como manobrou para retirar Fabrício Falcão da competição.
Para participar da disputa, o parlamentar comunista precisava que 13 deputados estaduais assinassem a sua inscrição. Sem conseguir esse apoio, ele recorreu a outra maneira. Pediu para a Mesa Diretora – que é formada por oito deputados que ocupam cargos de vice-presidente/secretário e o presidente da Alba, Adolfo Menezes (PSD) – o inscrever. Só que no dia da reunião da Mesa Diretora, para definir se Fabrício Falcão poderia ser candidato ou não, faltou quórum após uma articulação do governo Jerônimo Rodrigues.
Para ter o encontro, era preciso ter, no mínimo, cinco deputados presentes. Mas apenas três compareceram: Marcelinho Veiga (União Brasil), Samuel Júnior (Republicanos) e Zó (PCdoB), além de Adolfo Menezes. Os dois primeiros são da bancada da oposição, que apoiava o desejo de Fabrício Falcão de ser postulante à Corte de Contas.
Diante desta manobra governista, o PCdoB se revoltou e não compareceu nesta terça-feira à votação do TCM. Paulo Rangel perdeu quatro votos da bancada do partido: Bobô, Fabrício Falcão, Olívia Santana e Zó. Como Marcelo Nilo conquistou 22 votos e a base da oposição só tem 20 parlamentares, dois governistas votaram a favor do ex-deputado federal.