Dentro da Polícia Federal, diz a reportagem da Folha, não há dúvidas de que Bolsonaro já sabia que a investigação havia chegado ao filho 02.
Uma investigação sigilosa conduzida pela Polícia Federal a pedido do Superior Tribunal Federal (STF) apontou que o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos), filho do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), é um dos articuladores de um esquema ilegal de propagação de notícias falsas. A informação foi publicada neste sábado 25 pela Folha de S.Paulo.
Segundo a reportagem, Bolsonaro vinha cobrando informações a respeito desta investigação, por telefone ou em reuniões, do então diretor Maurício Valeixo, que teria resistido aos assédios presidenciais. Valeixo foi exonerado do cargo na sexta-feira 24, o que acabou provocando a saída do ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro.
De acordo com a Folha, dentro da Polícia Federal não há dúvidas de que Bolsonaro já estava ciente de que a investigação havia chegado até seu filho número 2. Dessa forma, imaginou que trocar Valeixo poderia facilitar o caminho para obter mais informações sobre a investigação do Supremo ou até trocar os delegados envolvidos.
O inquérito do STF foi aberto em março do ano passado pelo presidente Dias Toffoli para apurar o uso de fake news contra os ministros da corte. Na sexta-feira 24, após a queda de Valeixo e a saída de Moro, o relator do inquérito do Supremo, ministro Alexandre de Moraes, determinou que a Polícia Federal mantenha os delegados no caso.