Estão cada vez mais fortes, os boatos apontando outros casos em que “políticos influentes” de cidades vizinhas podem ter financiado campanhas suspeitas de candidatos a vereadores em municípios da região
A Polícia Federal (PF) instaurou um inquérito para investigar possíveis crimes eleitorais envolvendo o ex-prefeito de Belo Campo, José Henrique Silva Tigre (Quinho), e sua esposa, Dirleia Santos Meira (Léia), eleita vereadora em Vitória da Conquista nas eleições de 2024. As acusações incluem compra de votos, desvio de recursos e fraude na transferência de eleitores.
De acordo com informações divulgadas pela imprensa regional, a candidatura de Léia levantou suspeitas após ela se tornar a segunda vereadora mais votada em Vitória da Conquista, sem um histórico de atuação política expressiva na cidade. Esse fator, somado às denúncias de possíveis irregularidades, motivou a abertura das investigações.
Pedido de foro privilegiado negado
O ex-prefeito Quinho solicitou que o caso fosse transferido para o Tribunal Regional Eleitoral da Bahia (TRE-BA), alegando prerrogativa de foro. No entanto, tanto o Ministério Público Eleitoral quanto o juiz responsável pelo caso negaram o pedido, argumentando que os fatos investigados não possuem ligação direta com as funções de prefeito. Dessa forma, o processo seguirá na Justiça Comum.
A defesa do ex-prefeito será conduzida pelo advogado Luciano Pinto Sepúlveda, que considerou desnecessária a publicação de uma nota oficial sobre o caso. Segundo ele, a abertura de inquérito pela Polícia Federal é um procedimento habitual em situações envolvendo possíveis crimes eleitorais.
Crescem suspeitas sobre compra de votos na região
A denúncia contra Quinho e Léia reacendeu o debate sobre esquemas de compra de votos e fraudes eleitorais em diversas cidades da região. Há suspeitas de que casos semelhantes tenham ocorrido em municípios próximos, onde candidatos sem histórico de atuação política expressiva conseguiram votações surpreendentes, sem participação efetiva em campanhas ou presença nos palanques.
Estão cada vez mais fortes, os boatos apontando que políticos de cidades vizinhas podem ter financiado campanhas suspeitas de candidatos a vereadores, favorecendo elementos sem prestígio local. Eleições municipais têm sido alvo frequente de denúncias desse tipo, levantando questionamentos sobre a necessidade de uma fiscalização mais rigorosa para garantir a lisura do processo democrático.
A Polícia Federal continuará as investigações para apurar as acusações contra o ex-prefeito de Belo Campo e sua esposa. Caso sejam confirmadas irregularidades, os envolvidos poderão responder por crimes eleitorais, o que pode resultar em cassação de mandatos e sanções penais. A sociedade segue atenta ao desdobramento do caso, que pode impactar diretamente o cenário político da região.