Os quatro policiais militares e outros dois homens investigados por crime de extorsão faturavam até R$ 26 mil por semana. Eles foram presos na tarde desta quarta-feira (28). A quadrilha sequestrava pessoas que tinham parentesco com traficantes ou problemas com a Justiça e exigia dinheiro e bens em troca do resgate. Os PMs são suspeitos de participarem de outras duas situações. 

De acordo com o diretor do Departamento de Crimes Contra o Patrimônio (DCCP), delegado Moisés Damasceno, o último sequestro foi praticado na segunda-feira (26), quando um homem foi obrigado a entrar no carro do grupo, por volta das 9h. "A vítima foi liberada no final da manhã da mesma segunda-feira, com o compromisso de entregar três parcelas de dinheiro para o grupo", contou. 

O primeiro repasse foi realizado ainda na tarde daquele mesmo dia, no valor de R$ 8 mil. O segundo estava previsto para acontecer dois dias depois, na tarde de quarta-feira, no valor de R$ 4 mil. O terceiro repasse seria na sexta-feira (30) e seria o maior valor, de R$ 14 mil. "Quem recebia o dinheiro eram os informantes, que depois levavam o valor para ser divido com o restantes da quadrilha", disse o delegado. 

Na ordem: Clovis, Clemilson, Danilo, José Vitor, Lúcio, Maurício

(Foto: Divulgação)

PRISÕES
Segundo a assessoria da Secretaria de Segurança Pública (SSP), há cerca de um mês a polícia observou um aumento no número de casos de sequestro mediante extorsão em que os sequestradores se apresentavam como policiais. Nos depoimentos, vítimas de situações distintas descreviam indivíduos semelhantes como sendo os autores do crime.

"Começamos a investigar a atuação de uma possível quadrilha e conseguimos uma oportunidade na segunda-feira, quando uma nova vítima procurou a delegacia. Ela contou que já havia entregado R$ 8 mil aos sequestradores e faria uma nova entrega na quarta-feira", contou o delegado Damasceno.

A entrega seria realizada na Avenida Luís Viana (Paralela), o ponto de referência era o Shopping Amazonas. O delegado contou que os policiais aguardaram a vítima entregar o dinheiro, fotografaram a ação e em seguida realizaram as prisões. Clemílson Meira Santos, 25 anos, e José Vitor Pires de Novaes, 29, foram presos em flagrantes.

Eles levaram os investigadores até o restante da quadrilhas, composta por três policiais militares da ativa e um da reserva. Os soldados Lúcio Ferreira de Jesus, de 35 anos (Rondesp/Central), Maurício Santos Santana, 34 (39ª CIPM/ Boca do Rio), Clovis de Miranda Silva, 33 (23ª CIPM/ Tancredo Neves) e o PM da reserva Danilo Pereira Silva, 30, foram presos em um bar em Tancredo Neves.

A polícia ainda investiga a participação de outros homens na ação. Os policiais foram conduzidos para o Batalhão de Choque, em Lauro de Freitas, e os outros dois homens foram para as delegacias de Repressão e Furtos e Roubos (DRFR), na Baixa do Fiscal, e Repressão a Furtos e Roubos de Veículos (DRFRV), nas dependências do Detran.

Fonte: Correio24horas