Eleitores dos pequenos municípios indicam que podem mudar o voto se o candidato for aliado ao “Mito”
Em praticamente todos os levantamentos estatísticos realizados pelo Jornal O Eco ao longo dos últimos seis meses, pesquisas de opinião que avaliam o desempenho de gestores e legisladores municipais, auferindo também o nível de popularidade e confiança dos entrevistados quanto aos políticos da região, um fato curioso vem chamando a atenção dos pesquisadores, estatísticos e chefes de campo. A repulsa espontânea ao nome do atual presidente da República Jair Bolsonaro. Nas mais diversas cidades, eleitores indicam a intenção de não votar em nomes que apoiam ou estão aliados ao “Mito”.
Apesar de não existir nos questionários de pesquisas, qualquer indagação sobre o desempenho do governo federal, o Instituto e seus pesquisadores têm detectado com grande frequência, manifestações espontâneas de entrevistados de todas as idades, que fazem questão de registrarem a desaprovação ao presidente e por consequência, ao político que porventura o defenda. Citações do tipo, “Pretendia votar em Fulano, mas, ele está apoiando Bolsonaro, está contra os pobres, não voto mais”, são mais comuns do que imaginam gestores e políticos da região. Um desabafo, que de tão frequente, foi levado em consideração, como um fato novo pela equipe do jornal.
Está provado nos números do TSE, que na nossa região de atuação, a maioria esmagadora, uma média de 78% dos moradores, não votaram no atual presidente e nesses seis meses do novo governo, a insatisfação aumentou visivelmente. Talvez por imaginar que o político local que apoiou ou concorda com Bolsonaro irá agir como ele, o eleitor busca não arriscar o voto em aliados do “Mito”. Por precaução, já declara inclusive nas pesquisas, que não pretende votar em candidatos com a mesma ideologia de direita de Bolsonaro, cujas atitudes como a reforma da previdência prejudicarão ainda mais a vida sofrida do sertanejo.
rDiscorrer sobre esse fato inusitado e real que nossa equipe vem detectando no campo em nossos trabalhos jornalísticos e de pesquisa, talvez promova uma reflexão quanto ao fenômeno apresentado e quem sabe, possa até salvar candidaturas. É fato que a maioria dos grupos políticos que hoje apoiam Bolsonaro no sertão, perderam as eleições passadas para alguém ligado à esquerda. A “vingança” em declarar apoio a Bolsonaro, poderá ofuscar todo um projeto de campanha. Afinal, mesmo não mudando a concepção do que acredita ser o melhor para o país, o político que almeja cargos eletivos nesse pedaço de sertão, querendo, poderá readequar o discurso e comportamento comprovadamente impopulares para a maioria dos eleitores que repudiam o governo Bolsonaro. Afinal, o candidato que não comunga com o pensamento do eleitor, dificilmente obterá êxito nas urnas por essas bandas.