Após exaltação a Bolsonaro e críticas a esquerda, prefeito Eduardo Vasconcelos pode ser expulso do partido (PSB), além de perder o vice Édio Continha (PC do B) e a presidenta da Câmara Verimar Meira (PT).
Existem situações hilárias e até vexatórias pelas quais estão sujeitos os homens públicos, especialmente quando está no exercício de cargo eletivo e dependente de outros elementos políticos do grupo pelo qual foi eleito ou que possui base de apoio. Até quando imagina estar manifestando apenas mudanças nas suas preferências pessoais enquanto cidadão e eleitor, pode amargar duras consequências na seara política. Tal fenômeno ocorre desde a tarde do último domingo, quando o atual prefeito de Brumado, Eduardo Vasconcelos (PSB), decidiu partir em caravana para Brasília e aparecer “na marcha contra o STF”, ao lado do seu Secretário de Saúde, empunhando faixas e cartazes em apoio a Bolsonaro (sem partido).
A mídia local, que acompanha a vida política de Brumado sabe que o prefeito Eduardo Vasconcelos (PSB), sempre manteve um comportamento antipetismo. Ex-aliado do ex-governador Paulo Souto (DEM), após a derrota acachapante de 2010, tratou de migrar para as asas do PT do então governador Jaques Wagner e até do PC do B, construindo alianças e compondo a chapa para reeleição com Continha (atual vice). Depois da última eleição, Eduardo já vinha se afastando, inclusive com declarações contundentes como “há três coisas que a gente faz uma vez na vida, nascer, morrer e votar no PT”.
Até aí a coisa parecia estar só na conversa, consequências de eventuais desabafos com lideranças locais ou estaduais, porém, o chefe do executivo brumadense, acabou fazendo o caminho de volta para a extrema direita e nas comemorações do Dia da Pátria, o prefeito esteve em Brasília, onde participou de forma explícita, da manifestação em apoio ao bolsonarismo, marchando pela capital do Brasil contra o comunismo e os ministros do STF.
O que Eduardo não esperava, era a reação imediata de líderes do seu partido (PSB), que segundo informações, já pedem sua expulsão, além da iminente ruptura com o seu vice Édio Continha, homem de história na militância de esquerda no PC do B. O pior é que além de tudo isso, na mesma noite de 7 de setembro, a vereadora Presidente da Câmara de Brumado Verimar Dias da Silva Meira (PT), postou uma foto ao lado de todos os vereadores da oposição. ‘Eleitos para trabalhar em prol do povo sofrido’, uma sinalização que segundo políticos locais, sela a mudança de postura do PT que deve caminhar nas hostes da oposição ao gestor.
Em sua postagem com críticas indiretas ao prefeito, a presidenta afirmou: “este grupo acima (vereadores de oposição), foi de fundamental importância, onde projetos polêmicos do executivo, que iriam nos lesar, foram sabiamente reprovados por estes edis e que hoje somos gratos a eles e continuaremos confiantes neles, pois mais projetos contra o povo estarão por vir e na certeza de que eles serão iluminados novamente, tendo em mente que cumprirão o papel que foi concedido a eles, lutar, legislar para o povo, principalmente os mais carentes, dirão novamente um não a estes projetos”, disse a petista na publicação. A relação entre Verimar e o poder executivo já vinha estremecida, tendo a presidente, inclusive, exonerado indicações de Vasconcelos no âmbito do Poder Legislativo.
Sem dúvidas o prefeito terá dias difíceis pela frente, pois, as pesquisas internas indicam forte tendência na intenção de votos dos brumadenses contra Bolsonaro, além de nomes oposicionistas já despontarem como favoritos para 2024. Além disso, um gestor isolado, sem maioria na Câmara, perdendo seu vice e demais lideranças, enfrentará sérias dificuldades na aprovação de projetos, análise de suas contas, enfim, Eduardo vê reduzidas as condições de boa governabilidade. Tudo isso, devido à mudança de opção política, da esquerda para a direita. è por estas e outras que o homem público, especialmente prefeitos e vereadores, devem estar atentos ao que pregam nos palanques e antenados com as tendências do seu eleitor, sempre verificando suas posturas após as eleições. Fica a dica.
