Apesar do estardalhaço da mídia regional, inclusive de pessoas que costumam condenar antes de ter provas concretas, os agentes da Polícia Federal cumpriram mandados judiciais, realizando levantamentos em documentações, recolheram inclusive algumas pastas referentes à anotações sobre Recursos e aplicação do FUNDEB em ambas as cidades de Paramirim e Livramento, no sudoeste do estado, na manhã desta segunda-feira (13), mas, não aconteceu nenhuma prisão ou condução coerciva, o que indica claramente, que  não há a certeza de envolvimento nem participação desses municípios da região, que constam na lista de investigados pela operação Águia de Haia.
A operação foi deflagrada com o objetivo de desarticular uma organização criminosa encabeçada por empresas que aliciavam gestores, oferecendo seus serviços para desbloquearem recursos, os quais seriam desviados do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb). 
 
 
 
Tanto o gestor de Paramirim Dr. Júlio, como o de Livramento Paulo Azevedo, negam envolvimento e afirmaram em nota que tais  acusações de irregularidades em  licitações com a cumplicidade de Secretários e demais agentes públicos que supostamente recebiam propina, não ocorreram em seus municípios e isso ficará provado no decorrer dos trabalhos. 
 
Em nota, o prefeito municipal de Paramirim, Júlio Bernardo Brito Vieira Bittencourt, comunica que não possui qualquer ligação com os fatos investigados pela Polícia Federal referente a Operação Águia de Haia, e encontra-se a disposição das autoridades competentes. Ademais, esclarece que o município de Paramirim não executou nenhum serviço com as empresas investigadas inexistindo qualquer repasse de recursos públicos as mesmas. Todas as solicitações dos agentes foram atendidas, bem como, os questionamentos respondidos. A Prefeitura Municipal de Paramirim já disponibilizou todos os dados necessários para Polícia Federal.
 
Já em Livramento, o Presidente da Câmara Municipal,Paulo Lessa disse que a Operação da PF não preocupa, Lessa também enviou nota através de sua assessoria, explicando que considera normal o procedimento da Polícia Federal e que a operação não compromete. O edil, atual presidente do Legislativo Municipal, era o secretário de educação do município, na ocasião em que a suposta licitação investigada foi feita, em maio de 2013, Paulo Lessa encaminhou ainda à imprensa, uma certidão emitida pelo Tribunal de Contas dos Municípios (TCM), datada de 06 de julho de 2015, uma semana antes de a operação ser deflagrada:
 
“A Polícia Federal esteve em Livramento de Nossa Senhora, nesta manhã de segunda-feira (13) para investigar uma suposta fraude envolvendo prefeituras  e empresas que prestavam serviços de certificação digital em escolas de vários municípios baianos. A operação foi deflagrada também em outros estados, onde a PF já havia detectado a mesma prática inclusive em Minas Gerais. Em Livramento a investigação não compromete porque o suposto contrato firmado com a empresa Kells Belarmino Mendes foi posteriormente cancelado […] a licitação foi feita em maio de 2013 e depois cancelada, sendo que nenhum pagamento fora efetuado pela prefeitura referente a este contrato, conforme Certidão emitida pelo Tribunal de Contas dos Municípios.
 
 
Apesar do desconforto de se ter os municípios investigados, os gestores se mostram tranqüilos quanto ao desenrolar das investigações, o que segundo os mesmos, irão concluir que não houveram tais crimes que estão sendo investigados.
 
O trabalho da Polícia Federal é importante e proporciona ao cidadão a segurança de que a cada dia a fiscalização será intensificada em diversas áreas na gestão pública no Brasil. Prova disso são as diversas operações que culminaram em prisões de políticos envolvidos em corrupção. Também nessa operação de investigação deflagrada em 17 municípios por onde passaram, poderão existir culpados, assim como também existirão gestores que comprovem inocência. Por isso, antes de se formar opinião definitiva, devemos tomar o cuidado de não fazermos pré-julgamentos, não somente por parte de agentes, delegados, imprensa, como também da população em geral. Nunca se deve condenar antecipadamente, expor agentes públicos, sem que se tenham apurados os fatos e comprovadas as culpas de forma indiscutível. Isso é o que garante a Lei.
 
Nossa reportagem esteve acompanhando toda a movimentação em Paramirim e Livramento, comprovando que o trabalho foi realizado dentro da normalidade, sendo que ambas as prefeituras, facilitaram os trabalhos e contribuiram com o trabalho dos agentes.