Policiais da Divisão de Homicídios e promotores do Ministério Público estadual do Rio de Janeiro prenderam, na manhã desta terça-feira (12), um policial reformado e um policial militar apontados como suspeitos pelos assassinatos da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes.
Um dos presos, o policial militar reformado Ronnie Lessa, 48 anos, é apontado pelas investigações como o suspeito que atirou contra a vereadora. Durante toda terça, dia haverá buscas em 34 endereços de outros suspeitos no RJ.
Além de Ronie, a polícia prendeu também o policial militar Élcio Vieira de Queiroz, de 46 anos. Os crimes completam um ano nesta quinta-feira (14).
O sargento Lessa foi preso em casa. Ele mora no mesmo condomínio onde o presidente Jair Bolsonaro tem uma casa, na Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio. O G1 apurou que, apesar de serem vizinhos, não há notícias nas investigações de que Lessa frequentasse a casa da família Bolsonaro.
Policial recebeu homenagem na Alerj
Ronnie Lessa recebeu em 1998 uma moção de aplausos, congratulações e louvor ao então sargento Lessa.
“O referido militar é digno desta homenagem por honrar permanentemente, com sua postura, atitude e desempenho profissional a sua condição humana e de militar secreto e eficaz. Constituindo-se deste modo, em brilhante exemplo aqueles com quem convive e com aqueles que passam a conhecê-lo”, informou o texto da homenagem feita pelo então deputado estadual Pedro Fernandes, atual secretário estadual de Educação.
Assessora que presenciou o crime falou pela primeira vez
Assessora que estava ao lado de Marielle Franco quando a vereadora foi executada, Fernanda Chaves afirmou que a chefe incomodava – mas não soube identificar uma situação específica para justificar o atentado. “Era um conjunto de coisas, a Marielle incomodava”, frisou.
Neste domingo (10), Fernanda falou pela primeira vez sem esconder o rosto. “Ela era obviamente crítica à ação das milícias, não tinha as milícias como alvo. Institucionalmente, ela tinha uma limitação como vereadora. O mandato dela estava muito mais voltado para questões de gênero, de violência contra a mulher”, emendou. Fernanda.
A assessora acrescenta que Marielle não tinha se indisposto com ninguém na época. “Ela não teve um problema específico que pudesse ter engatilhado uma situação que culminasse com o assassinato dela”, afirmou.
Presença incômoda
Segundo Fernanda, Marielle despertava ódio nos machistas e nos racistas. “Tinha alguns vereadores que se incomodavam com a presença dela, uma mulher favelada, negra, lésbica, naquele espaço”, lembra a assessora.
“Tinha gente que não gostava de entrar num elevador com a Marielle ou com parte da assessoria dela”, destaca.
FONTE: G1 Rio e Tv Globo