O Psol divulgou, nesta 2ª feira (8.out.2018), nota oficializando apoio ao candidato Fernando Haddad (PT) no 2º turno das eleições presidenciais. O petista concorre com o candidato Jair Bolsonaro (PSL).
“O 2º turno é a continuidade da luta contra o fascismo e o golpe. A tarefa central nesse momento é, portanto, derrotar Bolsonaro”, afirma o partido em comunicado assinado pela Executiva Nacional.
O candidato do Psol, Guilherme Boulos, ficou em 10º lugar no 1º turno das eleições presidenciais.
Além de Bolsonaro, a sigla também criticou os projetos aprovados durante a gestão do presidente Michel Temer (MDB).
“Sua derrota [de Bolsonaro] abre a possibilidade de bloquear a agenda iniciada por Temer, garantir a soberania nacional e reunir condições para seguir defendendo as conquistas democráticas frente ao autoritarismo.”
O PDT, de Ciro Gomes, se reúne nesta 4ª (10.out) em Brasília, para decidir sobre a posição nas eleições. O PSB, também na capital federal, anuncia sua posição na 3ª (9.out).
VEJA NOTA DO PARTIDO:
PSOL 50
#EleNão: para derrotar Bolsonaro e defender direitos, no 2º turno o PSOL defende o voto em Haddad e Manuela
As eleições no primeiro turno terminaram mantendo o mesmo cenário de instabilidade e polarização provocados pelo golpe de 2016 e que aprofundou uma crise econômica e social que já se desenvolvia. Também aprofundou uma crise de representação política de tal monta que gerou as condições para o surgimento de uma candidatura de extrema-direita e que chegou ao segundo turno com apoio de parte considerável das classes dominantes. A eleição golpeou diferentes caciques políticos, fazendo com que a extrema-direita capitalizasse a raiva social contra o “sistema”.
O 2º turno é a continuidade da luta contra o fascismo e o golpe. A tarefa central nesse momento é, portanto, derrotar Bolsonaro. Sua derrota abre a possibilidade de bloquear a agenda iniciada por Temer, garantir a soberania nacional e reunir condições para seguir defendendo as conquistas democráticas frente ao autoritarismo. Para isso o PSOL apoiará a partir de agora a candidatura de Haddad e Manuela, mesmo mantendo diferenças políticas e preservando nossa independência. Convocamos toda a nossa militância a tomar as ruas para continuar dizendo em alto e bom som: ele não!
O PSOL e a aliança que conformamos no primeiro turno em torno de Boulos e Sônia, com os movimentos sociais e o PCB, intelectuais e artistas continuará a defender a dignidade do povo brasileiro contra a desigualdade e os privilégios. Essa candidatura marca o início de um novo ciclo na esquerda brasileira e o PSOL tem orgulho de ter acolhido e estimulado essa construção. Por isso, continuaremos a defender as causas que nenhuma outra candidatura teve a coragem de sustentar.
Estaremos na campanha para derrotar Bolsonaro e eleger Haddad e Manuela defendendo a soberania nacional e os direitos da maioria de nossa gente. Estaremos nas ruas e nas urnas exigindo a revogação de todas as medidas do governo Temer, contra a reforma da previdência, a reforma trabalhista, o fim do genocídio contra a população negra, o fim da violência contra a comunidade LGBT, a desmilitarização da polícia, a legalização das drogas, a demarcação das terras indígenas e quilombolas, o desmatamento zero e na defesa dos direitos das mulheres e todas as suas pautas – a igualdade salarial, a lista suja do machismo e a legalização do aborto. E para tanto, não abriremos mão da luta por nossa soberania energética com a defesa do Pré-sal, da Petrobrás e da Eletrobrás, na perspectiva de uma transição da matriz energética e do modal de transportes.
O PSOL compreende que a luta para derrotar Bolsonaro no 2º turno é para defender e ampliar direitos e não para negociá-los. Seguiremos enfrentando privilégios e lutando para que o povo ocupe o centro das decisões. Só assim será possível garantir um ciclo de esperança, justiça, igualdade e soberania no Brasil.
Orientamos nossa militância a constituir comitês amplos pelo #EleNão. O exemplo das mulheres, que tomaram as ruas no último dia 29 de setembro, nos inspira e fortalece para que novas manifestações massivas ocorram para derrotar a extrema-direita. Estaremos na campanha para levar Haddad e Manuela a vitória e para que a vontade do povo seja respeitada. Onde houver segundo turno para os governos estaduais, orientamos nossa militância a apoiar nomes que se oponham publicamente ao projeto de Bolsonaro. Em cada estado as instâncias locais definirão as formas de contribuir ativamente na mobilização popular para derrotar o atraso, priorizando a construção de espaços plurais e que incorporem todos e todas que defendem a democracia, mantendo nossos princípios e a coerência que marcam o PSOL.
Continuaremos nas ruas, juntos, sem medo de mudar o Brasil. Ele não!
Executiva Nacional do PSOL
São Paulo, 8 de outubro de 2018