Seis pessoas foram liberadas no município de Anagé (distante 560 km da capital), após serem feitas reféns pela quadrilha que roubou um banco na cidade de Boa Nova, nesta madrugada. Três integrantes do bando, ainda não identificados, morreram em confronto com a Polícia Militar, no município de Catingal, e com eles foram apreendidos dois fuzis, pistolas, explosivos, munição, carregadores, o veículo L200 Triton utilizado na fuga, entre outros equipamentos. Unidades locais e especializadas da PM, além do Departamento de Repressão e Combate ao Crime Organizado (Draco) realizam buscas e varreduras na região Sudoeste em busca dos outros assaltantes.
Quatro criminosos continuam escondidos numa região de mata fechada próximo ao município de Tanhaçu. Por terra os bloqueios já foram montados e por cima o Grupamento Aéreo da PM monitora a movimentação do quarteto. Eles estavam num carro modelo Onix, cor branca, e trocaram tiros com os policiais ainda pela manhã. Dois estão feridos.
“Enviamos equipes do Batalhão de Operações Policias Especiais (Bope) para a região, que se juntaram às outras unidades especializadas e as convencionais da PM. O comandante-geral, coronel Anselmo Brandão, determinou que não sejam poupados esforços para captura de toda a quadrilha”, enfatizou o comandante de Policiamento Especializado, coronel Lázaro Raimundo Oliveira Monteiro. Acrescentou que além do helicóptero, um avião foi deslocado pra região com o intuito de facilitar a movimentação das tropas.
Brumadense feito refém relata momentos de angústia com o bando
Várias pessoas que foram feitas reféns pelo bando que explodiu a agência do Banco do Brasil de Boa Nova compareceram à delegacia de Brumado, na tarde da última terça-feira (04), onde prestaram depoimentos. Três das vítimas são brumadenses que residem no distrito de Cristalândia. Em entrevista ao site Brumado Notícias, uma das vítimas disse que comercializava materiais de limpeza na região, juntamente com a esposa e mais uma mulher, quando foi abordado pelos bandidos em uma estrada vicinal do distrito. Os bandidos estavam com outros reféns em uma picape prateada. “Quando eu vi as armas e um dos homens com uma roupa camuflada, pensei que fosse a polícia, mas aí o elemento avisou que estávamos sendo feitos reféns. Eles colocaram a arma na cabeça da minha esposa e me obrigaram a colocar um dos bandidos que estava baleado dentro do meu veículo e mandaram eu correr o mais que pudesse”, relatou. Ele disse ainda que outro bandido também estava com um ferimento grave em um dos braços. Emocionada, a vítima disse que viveu momentos de angústia e que tinha medo de encontrar com a polícia e acontecer um tiroteio. “Meu medo aumentou quando passamos por três viaturas da Cipe/Sudoeste e mais viaturas da polícia civil na BR-030, próximo ao entroncamento de Sussuarana. Eles ficaram abaixados e ainda disseram ‘olha os vermes aí’. Nessa hora eu gelei, mas graças a Deus não houve o confronto, pois a polícia não sabia que eles estavam no meu carro e por isso não nos parou”.
Os marginais ainda obrigaram o condutor a parar em um posto de combustíveis na estrada, onde abasteceram o veículo com R$ 100. Em seguida, entraram por uma estrada vicinal até a comunidade rural dos Pombos, na fronteira com o município de Anagé, onde invadiram uma casa vazia. No local, o grupo encontrou com outra parte da quadrilha. O brumadense foi mais uma vez obrigado a ajudar a retirar o bandido baleado do veículo. Ainda segundo o refém, o bando estava com várias mochilas cheias de dinheiro que haviam retirado do banco de Boa Nova. “Quem nunca viveu isso não saberá jamais descrever a angústia que é ter sua vida tão preciosa no julgo de pessoas tão perversas. Agora só agradeço a Deus por estar vivo e poder voltar pra casa para rever minha família, meus amigos e votar a minha normal. Não desejo uma experiência como essa pra ninguém, foi muita aflição”. Nossa reportagem registrou o momento em que os dois veículos roubados pela quadrilha e os reféns foram apresentados na delegacia de Brumado. No interior de um dos carros ainda havia marcas de sangue. Após prestarem depoimento, as vítimas seguiram para suas residências. As guarnições da Cipe/Sudoeste e da Graeco de Vitória da Conquista, lideradas pelo delegado Elvander Oliveira, que participaram da perseguição, escoltaram as vítimas e logo retornaram às buscas ao bando foragido.