O governador da Bahia e futuro Chefe da Casa Civil, Rui Costa (PT), disse que soube disso há alguns dias, através de um político em Brasília. ” Não posso, porque não vou renunciar ao cargo de governador da Bahia”. Teria dito Neto no clima de já ganhou.

“Esses dias lá em Brasília, eu conversei com o presidente de um partido. Ele veio até mim e disse: ‘Vou te contar um negócio. Chamei o adversário de Jerônimo (Rodrigues) na Bahia para ser candidato a vice-presidente da República. Tive uma conversa com Lula para oferecer o nome dele. Ele (ACM Neto), respondeu que não podia aceitar o cargo porque não podia renunciar ao cargo de governador da Bahia’”, disse Rui Costa, em entrevista à rádio Metrópole.

O governador prosseguiu: “Os adversários achavam que era só deixar os dias passarem e chegar o dia da eleição como se a pesquisa substituísse a eleição. E eu digo sempre quando as pessoas me perguntam. Na Bahia, a gente tem um combinado. A oposição ganha nas pesquisas, e a gente ganha a eleição”. Rui Costa garantiu ainda que só pensou em ser candidato a senador após Jaques Wagner (PT), desistir de ser postulante ao governo da Bahia. 

“Ele (Wagner), sempre falava que era necessário ter pessoas novas para assumir essa tarefa (de ser candidato a governador). Foi relutando até quando em março ele tomou a decisão de não ser candidato. Se Wagner tivesse sido candidato a governador, eu tinha tomado a decisão de não ser candidato a nada, a senador. Quando Wagner tomou a decisão de não ser, os aliados, e até o presidente Lula disse: ‘não é hora de vocês conversarem com os aliados para ver quem coloca o nome’. Nós fomos conversar e depois de muitas conversas chegamos à conclusão de que era melhor lançar um nome novo. E nós lançamos o nome de Jerônimo (Rodrigues)”, afirmou

O governador disse não se arrepender de ter dado tanto espaço no governo ao vice-governador João Leão (PP), que rompeu com ele no início do ano e apoiou ACM Neto nas eleições. “Não me arrependo. Ele provavelmente foi o vice-governador que na história da Bahia teve mais espaço político, que teve mais liberdade. Ele viajava para o interior com um dois, três aviões, sem me consultar. Teve um espaço de governo que nenhum outro vice na história da Bahia teve, porque eu não trabalho policiando ninguém”, afirmou. “Fiquei triste evidente pelo desfecho. Espero que hoje eles (os integrantes do PP) tenham consciência do que fizeram. Espero que a gente volte a ter algum tipo de relação pessoal e política”, acrescentou.

O governador avaliou também que a eleição deste ano foi muito cara para o país. “Não me lembro de ter participado de uma eleição em que houve uma gastança gigantesca de recursos. Não me lembro de uma campanha com esse volume de recursos gastos por diversos candidatos”, ressaltou.