“Minha impressão foi de que sofreríamos uma tentativa de sequestro ou assassinato”. Disse o prefeito Beto (PT), que registrou o caso na delegacia local.

Já repercute na região e em toda a Bahia o episódio misterioso que ocorreu no último domingo (23), defronte a residência do Prefeito de Ibipitanga, Humberto Raimundo “Beto” (PT), que envolveu um ex-candidato a prefeito e um ex-vereador da cidade, sendo acionada uma guarnição da Polícia Militar e a Delegacia da Polícia Civil, onde o fato foi registrado. Ocorre que, estando em viagem, o prefeito recebeu uma ligação de amigos que perceberam a presença de um veículo, até então desconhecido, com dois ocupantes em situação suspeita, em frente ao portão principal da propriedade do gestor.

De imediato, buscando proteger a integridade física da sua esposa e funcionários que se encontravam no imóvel, o prefeito autorizou que acionassem a polícia para checar a situação. “Imaginei que se tratava de algum sequestro ou até mesmo tentativa de homicídio”. Disse Beto à reportagem do Jornal O Eco. Após investigações da polícia, para surpresa geral, os ocupantes do veículo que vigiava a entrada e saída de pessoas na residência do prefeito, foram identificados e chamados à delegacia. Trata-se do ex-candidato a prefeito Antônio de Xavier e do ex-vereador Henrique Pereira da Silva Filho (Totinha), que segundo fontes do jornal, alegaram que estavam no local “verificando a qualidade do asfalto”, obra que haviam denunciado ao Ministério Público.

Surpreendida  com o episódio e muito mais com a versão apresentada pelos políticos que são declaradamente adversários políticos e inimigos pessoais do prefeito, nas redes sociais, a população externa repúdio às atitudes e até indagam: “estariam Totinha e Tõe de Xavier em diligência à serviço da justiça?” É legítima a tentativa de intimidação, montando guarda às escondidas na porta da residência do gestor? E os comentários ganham força, discutindo a legalidade de denúncias,  desde que respaldadas com provas, ou pelo menos evidências, o que é salutar para o fortalecimento da democracia. No entanto, a atitude desastrosa dos políticos declaradamente inimigos de Beto, além de chocar a sociedade, poderia ter consequências terríveis, colocando inclusive vidas em jogo, caso houvessem desfechos e reações inesperadas.

Nossa equipe de reportagem tentou contatos com os dois políticos citados, porém não obteve sucesso. Em tempo, colocamos a nossa redação à disposição destes, caso desejem manifestarem-se sobre o ocorrido.

Ainda assustado com o lamentável episódio, o prefeito, que fez questão de lembrar sua vulnerabilidade, pois, apesar de representar a autoridade do mais elevado grau no município, não possui nem acha necessário ter seguranças armados, como fazem senadores, govenadores e até prefeitos das grandes cidades. “Acredito que isso é inédito em nosso sertão. Inimigos políticos cercarem a sua casa em atitudes que se assemelham a criminosos”. Disse Beto, que completou afirmando acreditar que tal fato não se repita nem em Ibipitanga nem em outro lugar do Brasil, onde ainda vivemos a liberdade da democracia plena, gozamos do direito de ir e vir e no seu caso, a prerrogativa do cargo de maior responsabilidade.

Nossa reportagem conversou com Dr. Jackson Trindade, que está como Delegado substituto em Ibipitanga, que nos informou estar acompanhando o que aconteceu, assumindo as investigações, tendo ouvido as pessoas que foram identificadas como ocupantes do veículo. Dr. Jackson confirmou as identidades, detalhando que ambos prestaram esclarecimentos na presença de um advogado, tendo sido confirmada a versão narrada acima. “Tive o cuidado de estar em diligência ao local, comprovando que não houve danos às pessoas ou à propriedade. É nosso dever atender e averiguar quaisquer “Notitia criminis”, que chegue ao conhecimento da Polícia Civil. Assim, agimos e registramos o fato.” Declarou o Delegado.  Fontes do Jornal O Eco confirmaram que é do interesse do prefeito que a Polícia Civil prossiga com as investigações relacionadas à atitude suspeita para averiguar versões e se for o caso de comprovação de delitos, responsabilizar os autores.