“Água e óleo não se misturam”. O que agora parece interessante para o governo na tentativa de reeleição, pode se transformar em decepção às vésperas do pleito 2026.

A experiência de longos anos no jornalismo político, acompanhando cada passo, cada estratégia, seja em campanhas municipais, estaduais ou a nível nacional, temos vivenciado diversas situações equivocadas na busca pelo apoio de lideranças e consequentemente, pelo maior número de votos, que é o objetivo final dos políticos que almejam vitórias. Neste domingo (16), presenciamos mais uma iniciativa que, na nossa humilde opinião, possui 20% de dar certo e  80% de chances para não funcionar e ainda gerar desconforto, desgaste e o pior, polarização ainda maior e perda de votos. Afinal, além de ultrapassada, essa tática de forçar lideranças rivais a parecerem em público juntas, é um dos maiores riscos para ambas as imagens, aqui pelo interior, a maioria do eleitorado não quer e nem deseja ver o opositor ao lado do seu prefeito ou do candidato do seu grupo juntos.

Evidentemente que a visão de um governador, nos tempos atuais, é de que isso (as disputas locais), não interferem no cenário estadual. Ledo engano, a população que votou em um projeto, dificilmente muda de imediato a sua visão. Já presenciamos vários casos em que o governador atrapalhou e saiu arranhado de situações como estas. Nada contra as investidas, buscar agradar e conseguir os votos de ambos os lados nos municípios. Mas, daí a forçar uma aparição pública de grupos e lideranças rivais no mesmo palanque nas pequenas cidades, ao nosso ver, quase sempre não funciona e gera um clima de revolta até nos que desejam votar em Jerônimo.  Eventos distintos, outras formas de aproximação, seriam muito mais eficazes.

É sabido que foram entregues de obras importantes, bem como, que o atual prefeito Fabrício Abrantes (AVANTE), foi espontaneamente aderir ao governo e tem se mostrado fiel até aqui. Também não se pode negar que tanto o deputado estadual Vitor Bonfim (PV), quanto seu irmão Guilherme Bonfim (PT) que foi candidato a prefeito nas eleições de 2024 em Brumado, tiveram participação na conquista para o Distrito de Ubiraçaba. No entanto, o que se percebeu na população presente, foi a inquietação em presenciar a cena. Hoje pode ser interpretado por muitos como falta de civilidade, no entanto, para grande parcela da população, ainda está latente a recente disputa e aquela visão indignou eleitores de ambos os lados.

Como bem colocaram alguns veículos da mídia regional, o Secretário Estadual de Relações Institucionais, Adolpho Loyola, possui habilidade política na costura de parcerias que favoreçam Jerônimo Rodrigues, ajeitando lideranças de lados opostos. O que está se questionando é a “forçada de barra!”, que chamaram de maturidade política, colocando todos no mesmo balaio, independente de colorações partidárias, tentar andar de mãos dadas com os dois principais grupos políticos de Brumado, em público? Depois das recentes e acirradas disputas municipais? Já vimos esse filme e o final não é o que se espera.