Último foragido da Operação Lava Jato, Adarico Negromonte se apresenta à Polícia Federal

Foto: Reprodução/ RPC TV

 
O irmão do atual conselheiro do Tribunal de Contas dos Municípios  (TCM), Mário Negromonte, entregou-se na carceragem de Curitiba na manhã desta segunda-feira (24). Adarico Negromonte Filho é o último foragido da Polícia Federal (PR) na sétima fase da Operação Lava Jato, desde que os agentes cumpriram mandados de prisão no último dia 14.
 
Negromonte é suspeito de ligação com o doleiro Alberto Youssef no esquema ilícito de desvio de dinheiro público da Petrobras. De acordo com informações do G1, o investigado chegou de táxi à Polícia Federal, acompanhado pela advogada que o representa.
 
O irmão do ex-ministro das Cidades é suspeito de levar dinheiro do escritório do doleiro até os agentes públicos e partidos políticos, segundo investigações preliminares. 

 

Em documento protocolado na Justiça no dia 18 de novembro, a advogada reitera um pedido de revogação da prisão temporária do cliente, e diz que a autoridade policial foi informada sobre a apresentação na Superintendência da PF em Curitiba. Adarico é irmão do ex-ministro das Cidades Mário Negromonte (PP-BA).

Deflagrada em março deste ano, a Operação Lava Jato prendeu várias pessoas, entre elas estão o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa, que cumpre prisão domiciliar no Rio de Janeiro, e o doleiro Alberto Youssef, acusado de comandar o esquema. O doleiro está preso na carceragem em Curitiba.

Provas suficientes
A Força-tarefa do Ministério Público Federal considera que já há provas suficientes para pedir a condenação de 15 investigados que estão com a prisão preventiva decretada e seguem na carceragem da Polícia Federal, envolvidos na Operação Lava Jato.

As denúncias serão apresentadas antes do recesso do Judiciário, no dia 20 de dezembro, e devem atingir 11 executivos de seis grandes empreiteiras: Camargo Corrêa, Mendes Junior, OAS, Galvão Engenharia, Engevix e UTC. Nos primeiros depoimentos, alguns executivos alegaram que foram coagidos a pagar propina para manter os contratos com a Petrobras.

Saiba mais sobre a Lava Jato
A Operação Lava Jato investiga um esquema de lavagem de dinheiro que teria movimentado cerca de R$ 10 bilhões e provocou desvio de recursos da Petrobras, segundo investigações da Polícia Federal e do Ministério Público Federal. A nova fase da operação policial teve como foco executivos e funcionários de nove grandes empreiteiras que mantêm contratos com a Petrobras que somam R$ 59 bilhões.

Parte desses contratos está sob investigação da Receita Federal, do MPF e da Polícia Federal. Ao todo, 24 pessoas foram presas pela PF durante esta etapa da operação. Porém, ao expirar o prazo da prisão temporária (de cinco dias, prorrogáveis por mais cinco), na última terça (18), 11 suspeitos foram liberados. Outras 13 pessoas, entre as quais Renato Duque, continuam na cadeia.