“Diante da crescente onda de violência, as autoridades devem buscar soluções que aliem segurança e respeito aos direitos fundamentais”, diz socióloga.
A Bahia enfrenta tempos difíceis com uma escalada de violência que resultou na morte de 54 suspeitos de crimes e um policial apenas no mês de setembro. O secretário de Segurança Pública da Bahia, Marcelo Werner, atribui o aumento da violência principalmente à guerra entre facções criminosas no estado.
Nesse contexto, Vilma Reis, socióloga defensora dos direitos humanos e conhecida por seu ativismo na área, traz uma perspectiva de reflexão. “É importante que o governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues, mande uma mensagem para todos os mais de 16 milhões de baianos, dizendo que sua postura é pela afirmação dos direitos humanos. E que não autoriza nenhuma dessas ações”, afirma Reis, ressaltando a necessidade de comprometimento do governo com a proteção dos direitos fundamentais.
Vilma Reis propõe medidas práticas para garantir a transparência e a responsabilidade na atuação policial. “É necessário de imediato colocar as câmeras nos uniformes dos policiais, assim como ter ouvidorias externas das polícias”, sugere, visando ao fortalecimento da confiança entre as forças de segurança e a comunidade.
A solução não está no “populismo penal”, mas em estratégias inovadoras e humanizadas que já foram experimentadas no estado. “Já experimentamos na Bahia políticas de segurança pública com direitos humanos. Há a experiência da construção da Arena Fonte Nova, pelo governo Jacques Wagner, que contou com muitos trabalhadores egressos do sistema prisional. Isso foi uma coisa revolucionária no país”, relembra, apontando para iniciativas que integram e ressocializam indivíduos ao invés de marginalizá-los.