Estados reduzem intervalo entre doses da vacina AstraZeneca. Medida é eficaz contra a variante.
A variante Delta do novo coronavírus, que preocupa a Organização Mundial da Saúde, consegue escapar de alguns anticorpos que o corpo produz após infecção ou vacinação. Esta foi a conclusão de um estudo de um grupo de cientistas, publicado pelo revista Nature nesta quinta-feira, 8.
De acordo com o estudo, é preciso uma maior vigilância contra a variante, detectada pela primeira vez na Índia e que foi responsável pelo aumento no número de casos e consequentemente o recorde de mortes que aconteceu no país no início do ano. A variante já foi identificada no Brasil, em São Paulo e Rio de Janeiro. Já a Secretaria de Saúde da Bahia (Sesab) informou durante essa semana que não foi identificada a sua presença na Bahia, de acordo com teste feitos pela Laboratório Central (Lacen).
Cientistas responsáveis pelo estudo publicado na revista Nature isolaram o vírus a partir de uma amostra de secreção nasal de um paciente infectado pela variante delta e o replicaram em laboratório. Depois, passaram a fazer tentativas de neutralizar o patógeno usando os anticorpos monoclonais ou o soro de 103 pessoas que tiveram a doença. Os pesquisadores também testaram o soro de 59 pessoas que receberam as vacinas da Pfizer/BioNTech ou da AstraZeneca/Oxford.
Os anticorpos, em geral, conseguem neutralizar o vírus após se conectar a uma das estruturas que o vírus usa para se conectar as células, impedindo assim uma infecção. No entanto, o soro convalescente (dos curados) se mostrou quatro vezes menos eficiente contra a variante delta, reforçando a ideia de que a variante pode ser responsável por um maior número de reinfecções.
Além disso, os anticorpos de pessoas vacinadas com apenas uma dose das vacinas da Pfizer/BioNTech ou da AstraZeneca/Oxford também foram pouco eficientes contra a variante, com a resposta imunológica se fortalecendo após a segunda dose, com os dois imunizantes oferecendo taxas de eficácia maiores do que 60% após a vacinação completa.
No Brasil, além das vacinas da Pfizer e da Oxford, também são utiizadas a Janssen e a Coronavac. Um estudo divulgado pela Janssen, diz que o imunizante que é aplicado apenas com uma dose mantém a sua eficácia contra a variante Delta. O Instituto Butantan afirma que a Coranavac também é eficiente contra a variante, mas ressalta que novos estudos são necessários. Os cientistas também notaram que os anticorpos das pessoas que já tiveram a covid-19 e também se vacinaram são mais potentes.