Os políticos baianos ainda estão fazendo avaliações mais precisas sobre o 'ronco das urnas' no Estado, admitindo-se desde já que há uma maré de enchente do bloco DEM/PMDB/PSDB e uma maré de vasante no bloco governista PT e seus aliados. Alguma coisa precisará ser feita para evitar-se que essas ondas cheguem a 2018 com essa configuração. É natural, no Brasil, terminar uma eleição e falar-se na seguinte. 
 
Em São Paulo, João Dória, o prefeito eleito no primeiro turno, já lançou a pré-candidatura Geraldo Alckmin e presidente da República, em 2018, causando arrepios em Aécio Neves, o qual já fala em prévias 'tucanos' para saber qual deles será o candidato. Se Aécio tiver um mínimo de despreendimento deveria abrir espaços para Alckin.
 
Na Bahia, embora ACM Neto diga que ainda é cedo para falar de 2018 e ser candidato a governador isso será inevitável. A condução a essa situação acontecerá pelas lideranças partidárias, ainda mais diante dos resultados de ontem, quando o bloco que comanda saiu fortalecido no Estado.
 
O PT minguou mesmo tendo um governador em Ondina. Em 2012, elegeu 96 prefeitos e agora 39, o que corresponde a – 60%; e o combalido DEM, saltou de 9 prefeituras, em 2012, para 34; e o PSDB, de 9 para 19. Ao que se comenta, preliminarmente, o bloco de oposição elegeu 182 prefeitos e a situação 235. 
 
Analise-se, ainda, que a oposição tem acentos nos maiores colégios eleitorais da Bahia: Salvador, Feira de Santana, Alagoinhas, Itabuna, Barreiras, Camaçari e municípios de relevantes portes como Serrinha, Cachoeira, Simões Filho e outros. E ainda pode vencer em Conquista.
 
Individualmente, o grande vencedor do pleito foi o senador Otto Alencar, com 82 prefeitos; seguido do PP (João Leão) com 55 e do PSL (Marcelo Nilo) 36. Isso no bloco da situação, incluindo alguns poucos do PCdoB, sendo o mais relevante, Juazeiro. Na Babesp, no entanto, estudos preliminares apontam que, hoje, Neto bateria Rui por lá. Tem ainda o PDT com prefeitos de Nilo e de Félix Jr.
 
O PSB da senadora Lidice da Mata é um caso à parte porque, como ela saiu candidata a governadora, em 2014, pode querer repetir a dose em 2018 e amealhou município relevantes como Guanambi e Jequié, mas, ainda é prematuro dizer para onde seguirá.
 
O presidente estadual do PT/Bahia Everaldo Anunciação disse que, apesar da redução no número de prefeituras onde o partido encabeçou chapa para a reeleição ou sucessão, “conquistamos ampla maioria para a base aliada.” O PT venceu em 39 municípios, incluindo 12 reeleições. 
 
Com relação às eleições. Criticou o “envolvimento de forças que atuam de forma ilícita na sociedade e estabeleceram relações com setores da oposição para o enfrentamento na disputa eleitoral.” Everaldo lembra também que “o partido, desde 2005, é vítima de ataques diários da grande mídia.
 
Esse é um discurso que não cola mais. Assim como, o discurso de Alice Portugal em atribuir sua derrota a forças econômicas que apoiaram Neto, pior ainda. Esse pessoal tem que se reciclar, senão, em 2018, vai ser mais grave para eles.
 
A verdade é que o PT envelheceu, não renovou seus quadros e está com um discurso antigo, mofento, em cima de projetos sociais que são duvidosos. O país, hoje, tem 12 milhões de desempregados. É só olhar os candidatos do PT no interior, todos da antiga: Luiz Caetano (Camaçari), Zé Neto (Feira), Joseildo Ramos (Alagoinhas), Zé Raimundo (Conquista), Geraldo Simões (Itabuna) e a população cansou deles. Em Salvador, não tiverem nem nomes para colocar. 
 
No plano nacional, o deputado Benito Gama, diz que o declínio do Partido dos Trabalhadores – PT ficou marcado nestas eleições municipais de 2016. Ao todo, perdeu o poder em cerca de 370 cidades. Afirmou que, politicamente, a votação de ontem (2) foi um referendo ao impeachment da ex-presidente, Dilma Rousseff.
 
“Varreram o PT do mapa do Brasil”, enfatizou o deputado Benito Gama em declaração publicada hoje (3), através de sua conta oficial no Twitter (@benitogama)‏.  Ainda no Twitter, o parlamentar baiano, também comentou a publicação feita pelo escritor, Paulo Coelho em que afirmou que o “(…) PT precisa se perguntar porque o povo fugiu do partido sem a babaquice de culpar “mídia”.
 
Em resposta, o deputado Benito Gama afirmou que a lava jato e outras investigações explicam bem.“(…) Quem apoiaria um partido com essa mancha?”, indagou o deputado Benito.