A cúpula do PT classificou as buscas da Polícia Federal na casa do ex-governador da Bahia Jaques Wagner como “mais um episódio da campanha de perseguição” contra o partido e acusou abuso de autoridade de “setores” do Judiciário. Wagner é o nome mais cotado, até agora, para ser candidato do PT ao Palácio do Planalto, caso o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva seja impedido de concorrer por causa da Lei da Ficha Limpa.
“A escalada do arbítrio está diretamente relacionada ao crescimento da pré-candidatura do ex-presidente Lula nas pesquisas, nas manifestações populares, nas caravanas de Lula pelo Brasil”, escreveu a presidente do PT, senadora Gleisi Hoffmann (PR), em nota divulgada nesta segunda-feira, 26. “Quanto mais Lula avança, mais tentam nos atingir com mentiras e operações midiáticas.”
No texto, Gleisi afirma ainda que “a sociedade brasileira está cada vez mais consciente de que setores do sistema judicial abusam da autoridade para tentar criminalizar o PT e até os advogados que defendem nossas lideranças e denunciam a politização do Judiciário”.
Alvo da Lava Jato, Lula foi condenado em segunda instância, pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), a 12 anos e um mês de prisão, acusado dos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro no caso do triplex no Guarujá (SP).
Os advogados do petista recorreram da sentença e dirigentes do partido afirmam que a candidatura será registrada em 15 de agosto, mesmo se Lula estiver preso. Trata-se, na prática, de uma estratégia política da defesa. Até hoje, o ex-presidente lidera todas as pesquisas de intenção de voto.
Atualmente no cargo de secretário de Desenvolvimento Econômico da Bahia, Wagner sempre apareceu como o mais cotado para substituir Lula, em caso de necessidade. O outro nome citado é o do ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad, coordenador do programa de governo de Lula.