A disputa entre Waldenor Pereira e Lúcia Rocha, só deve ser encerrada em caso de 2º turno, com um deles encarando a atual prefeita Sheila Lemos.

A cada dia que passa, quanto mais se aproxima o momento de definição, com as convenções municipais, parece que fica mais evidenciada a divisão entre dois aliados do governador Jerônimo na disputa pela prefeitura de Vitória da Conquista. O embate entre duas candidaturas da base do governo já é tratado, de fato, como iminente – e praticamente irreversível. O deputado federal Valdenor Pereira (PT) e a vereadora Lúcia Rocha (MDB), que já tem pré-candidaturas firmadas, têm acirrado a disputa para retirar o comando de Sheila Lemos (União) na cidade.

Integrantes de alguns setores do PT já admitem, em condição reservada, que será inviável demover a vereadora Lúcia Rocha e a cúpula do MDB de retirar a candidatura na cidade. A articulação, que ocorre há um certo período, buscou de diversas maneiras equalizar pendências para encontrar uma saída que culminasse na retirada da candidatura, porém todas elas sem sucesso. Entre as alternativas foi tentado atrair um deputado estadual com mandato para alguma secretaria ou cargo no governo, “puxando” Lúcia para a cadeira, já que a edil é primeira suplente do MDB na Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA). Todas, todavia, acabaram não sendo emplacadas.  A disputa então deve ter dois nomes da base aliada, onde uma eventual composição também não conseguiu ser feita.

Quando as conversas começaram a circular, o presidente de honra do MDB, Lúcio Vieira Lima tinha apontado que o ajuste teria outras intenções. “Isso não é para dissuadi-la, é uma estratégia do PT de Conquista para enfraquecer uma candidatura que tem o dobro do índice nas pesquisas da candidatura do PT. Se o PT quer recuperar a prefeitura de Conquista que foi perdida para o MDB, a melhor forma que tem menos traumática, é o PT indicar o vice de Lucia, Waldenor e o nome para isso. É a reedição da eleição estadual, alterando, com o PT o vice e o MDB a cabeça”, disse.

Interlocutores emedebistas também já tinham apontado ao Bahia Notícias que a candidatura de Lúcia seria “irreversível”.  O entendimento segue sendo de confiar nas pesquisas prévias e internas, que apontam Lúcia como um dos nomes mais bem avaliados pelos eleitores de Conquista. Além disso, a percepção é de não pensar em um “teto” para a candidatura, já que com três nomes na disputa, com a atual prefeita Sheila Lemos (União) e Waldenor Pereira (PT), a “repartição de votos” seria mais ampla. Isso sem falar em Marcos Adriano e outros pré-candidatos.

Outro ponto que é levado em consideração são os espaços que Lúcia pode eventualmente atingir entre o eleitorado, dado o histórico dos petistas conquistenses serem mais associados a um perfil menos popular. A vereadora consegue capitalizar uma origem popular com mais força que Waldenor, algo que tem acendido alertas para o PT local. O grupo, entretanto, ainda aposta numa virtual desidratação da emedebista após o início da corrida eleitoral, em meio à hegemonia mantida pelo PT por cinco mandatos na prefeitura local – antes da ascensão de Herzem Gusmão e o MDB como figura alternativa e reunindo as características do antipetismo que o ajudou a vencer dois pleitos consecutivos.