De acordo com o que apurou a reportagem do jornal O Eco, ocorreu nesta quinta-feira (30), uma visita rápida do Presidente da Comissão do Meio Ambiente, seca e recursos hídricos da Assembleia Legislativa da Bahia, Deputado José de Arimateia (PRB), cuja viagem foi motivada após denúncia de contaminação com dejetos hospitalares, que supostamente estariam sendo descartados no lago da barragem do Zabumbão.

Além desse motivo, o parlamentar afirmou que a vistoria in loco, também se dava para avaliar as condições estruturais do reservatório, pois o relatório da ANA – Agência Nacional de Águas, informava sobre os riscos de rompimento. Pelo visto, bastou apenas algumas horas e argumentos rápidos de funcionários da CODEVASF, para que o Presidente da Comissão de Meio Ambiente, se convencesse totalmente de que não há nada de risco, chegando a afirmar que 80% dos reparos já foram realizados. Incrível essa afirmação, baseada apenas em informações de servidores, sem qualquer prova concreta, documentos, relatórios, dados sobre as supostas intervenções já realizadas.

Intrigante a conclusão imediata a qual chegou esse deputado José de Arimateia! “Zabumbão não representa risco… ela precisa apenas da manutenção continua e um acompanhamento mais preciso”. Além de todos os desmandos praticados contra o reservatório, sua condição de total abandono, poluição comprovada inclusive com metais pesados, dejetos domésticos e de garimpos clandestinos, invasão da área de preservação nas margens do lago, o deputado não viu ou ignorou o relatório que confirma danos na estrutura, condição de risco informada oficialmente pela ANA, após estudos técnicos e avaliações detalhadas. Preferiu um bate papo com os que deveriam proteger a barragem, para se convencer de que tudo está normal.

O excelentíssimo Presidente da Comissão do Meio Ambiente, Seca e Recursos Hídricos da Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA), deputado estadual José de Arimateia (PRB) não vistoriou a barragem de Zabumbão como deveria. Mesmo se o motivo da visita fosse unicamente apurar denúncias de moradores sobre possíveis lançamentos de dejetos hospitalares na barragem, a sua presença ao lado de funcionários da Codevasf, sem qualquer acompanhamento técnico específico, não seria eficiente ao ponto de elucidar tal acusação, (contaminação da água).  Como ele mesmo disse, será necessário solicitar a análise criteriosa da água, para que se chegue a uma conclusão confiável. Assim também deve ser o comportamento quanto à segurança do reservatório. Acreditamos ter sido precipitada e até irresponsável a afirmação do parlamentar de que não há riscos.

Respeitando a sua condição de representante de uma importante comissão da Assembleia, a do meio ambiente, não poderíamos concordar com esse comportamento estranho, ouvindo apenas esclarecimentos de engenheiros da CODEVASF, o deputado fez espalhar notícias na mídia de que nada há de errado. Essa é uma afirmação impensada, que não encontra respaldo junto aos órgãos que estudaram a barragem e apontaram as falhas. A pergunta que não quer calar: Se não há nada de anormal, por qual motivo a própria CODEVASF anunciou liberação de recursos para que a prefeitura de Paramirim execute reparos? Se não há comprometimento da estrutura, qual a razão de se gastar R$ 915.000,00 (novecentos e quinze mil reais) em obras de restauração? Como cautela e caldo de galinha não fazem mal a ninguém, melhor rever as afirmações e considerar o relatório da ANA, que classificou o zabumbão como um dos reservatórios em estado de risco, do que confiar nas falácias de um político leigo, que por ter sido “bem recepcionado”, preferiu acreditar nas explicações daqueles que representam justamente a empresa que deveria cuidar da barragem e, no entanto, permitiu que chegássemos a esse imbróglio que preocupa todo o Vale do Paramirim.

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