Conforme noticiado, o escândalo das pesquisas fraudulentas, premiações fajutas, foram denunciadas pelo Jornal O Eco desde 2007, quando um certo gestor municipal, à época, fez circular inclusive em carros de som a sua condição de SEGUNDO MELHOR PREFEITO DO BRASIL. Tais condutas ilícitas e imorais, veem sendo utilizadas, geralmente por políticos cuja credibilidade está em baixa. As alegações de que não sabiam, que se tratava de um seminário ou coisa parecida, são desculpas esfarrapadas de quem quis se dar bem do jeito fácil, comprando supostos resultados de pesquisas com números elevados, para assim tentarem ludibriar seus eleitores, ou uma parcela desavisada da sociedade.
É evidente que existe uma pequena parte de políticos hoje investigados, que de fato foram enganados. Vereadores em início de carreira, com pouca ou quase nenhuma formação educacional que lhes facultassem discernimento sobre o golpe. No entanto, assim como afirmamos há anos, a maioria absoluta foi porque viu vantagem, vislumbrando destaque, mesmo que comprado. Ressaltamos que há 22 anos O Eco Instituto de Pesquisas avalia as gestões municipais, realiza pesquisas idôneas, aponta favoritos em períodos eleitorais, cujos prognósticos se confirmam nas urnas. Por isso, temos autoridade ao criticar, questionar essas práticas que nem de longe obedecem aos critérios legais, metodologias exigíveis e regras estatísticas necessárias para a correta avaliação, através de pesquisas presenciais, face a face com o cidadão.
Trata-se de mais um escândalo arquitetado por espertalhões transvestidos de estatísticos, representando empresas de fachada, que encontraram acolhimento na ambição de gente que quer aparecer. Para os que terão que devolver recursos aos cofres públicos, como também aos que imaginam terem se livrado do vexame por arcarem com as despesas da “premiação”, fica a lição de que nada cai do céu. Reconhecimento público se conquista com trabalho sério, dedicação ao serviço que o povo lhe confiou. Se estão realizando um bom trabalho, certamente o reconhecimento virá através de levantamentos sérios, auferidos de forma ética e imparcial por empresas idôneas. Não seria um picareta que premiou até o jumento “Precioso”, um ambiente luxuoso a beira mar, com um cenário imperial, idiotas vestidos de soldados romanos, que lhes trariam numa bandeja a receita do sucesso político.
Oportunamente, abordamos aqui um outro fenômeno que se alastra, colocando em risco não apenas a carreira política do gestor ou do legislador, como também os sujeitando a graves sanções por parte dos órgãos fiscalizadores. Trata-se da enxurrada de exposições desconexas nas redes sociais e até mesmo nas páginas oficiais das Prefeituras e Câmaras de Vereadores, nas quais, assessores por vezes despreparados, sem a mínima noção do que é publicidade legal ou institucional, misturam o lado pessoal com o político, fazendo divulgar fotos, eventos alheios à gestão, promovendo uma verdadeira farra onde deveria constar obras, realizações, campanhas de saúde, mutirões em prol do coletivo e em nome da gestão, enfim, uma assessoria despreparada, no intuito de ganhar pontos com o “Chefe” pode leva-lo a derrocada com atitudes estapafúrdias envolvendo inclusive slogans de governos municipais.
O jornal Correio da Bahia, trouxe hoje (08) uma matéria detalhada sobre a investigação do TCM, listando inclusive Políticos e municípios que estão sendo investigados pela compra dos “Prêmios”. Citando apenas um dos exemplos, segundo o jornal, o prefeito de Urandi, Dorival do Carmo Barbosa (PP), foi eleito um dos 50 melhores do Brasil em 2016 pela União Brasileira de Divulgação (UBD). Para receber o prêmio, ele usou R$ 4,4 mil de recursos públicos para ir a Recife e se inscrever em um evento da instituição. Nas redes sociais, o prefeito comemorou a premiação e se vangloriou da honraria recebida. Entretanto, nem tudo estava tão bem quanto se imaginava. A UBD, empresa sediada em Pernambuco, é uma das investigadas pelo Tribunal de Contas dos Municípios (TCM) por vender prêmios de destaque a 27 prefeituras e 30 Câmaras Municipais na Bahia.
De acordo com lista, Dorival é um dos gestores que usou dinheiro público para comprar as premiações. Ao todo, os agentes públicos do estado gastaram R$ 92,9 mil dos cofres municipais para a compra das honrarias concedidas pela UBD e pelo Instituto Tiradentes, também investigado. Valores de até R$ 5.830,00 foram pagos para obter os títulos.
O TCM já avisou que vai pedir a devolução aos cofres públicos dos recursos gastos com a taxa de inscrição para a “cerimônia de entrega da honraria”, assim como os valores gastos de recursos públicos com diárias, hospedagem e transporte para o local do evento.