Repasses devem continuar pelo menos até dezembro diante da crise sanitária e financeira

O governo divulgou na noite de quinta-feira (25), em edição extra do “Diário Oficial da União”, o calendário de pagamentos da terceira parcela do auxílio emergencial de R$ 600. A partir deste sábado (4), o dinheiro será depositado nas contas da poupança social digital para pagamento de contas, boletos e compras por meio do cartão de débito digital. Para quem vai fazer saque em dinheiro, os pagamentos começam em 18 de julho e vão até 19 de setembro. Ainda na quinta, o presidente Jair Bolsonaro afirmou que o governo vai prorrogar o auxílio emergencial, com o pagamento de mais três parcelas adicionais, nos valores de R$ 500, R$ 400 e R$ 300, o que deve ocorrer de setembro até dezembro desse ano.

Evidentemente que essa é uma obrigação de qualquer governo em meio a tamanha crise sanitária que impactou a vida de todos os brasileiros em especial as famílias dos trabalhadores de baixa renda. Como no Brasil já se instalou a cultura do oportunismo diante das fragilidades, o presidente, sabendo que seria apertado pelos demais poderes, se adiantou e na sua live ao lado do Ministro Paulo Guedes, embarcou de vez na onda do assistencialismo e se colocou como o pai do auxílio o presidente bonzinho que vai dar mais esmolas aos pobres. Diante da situação de vulnerabilidade social, já se prevê como serão as eleições de novembro. Seria necessário um elevado nível de discernimento político para que a maioria da população distinguisse seus legítimos direitos. Infelizmente o baixo nível de escolaridade da classe trabalhadora, situação que foi imposta pelo sistema ao longo do tempo, dificultará essa análise crítica.

Assim, com a pandemia em alta, sem previsão de recuo do contágio no país, quem diria que até o Bolsonaro se livraria da queda e ainda se equilibraria no poder distribuindo dinheiro do povo como se fosse patrimônio do seu governo? Assim caminha a humanidade, o que antes era ato de comunista, repassar recursos às famílias necessitadas (Bolsa Família), hoje em forma de auxílio emergencial é a salvação temporária de uma crise que o próprio presidente permitiu que se agigantasse. Aí está a consequência do quanto pior, melhor. O trabalhador de joelhos, esperando as migalhas para alimentar sua família, pois, não há previsão de melhoras imediatas.