Um dos principais pontos de embate é a exigência do União Brasil para que o comando da federação no estado fique sob a liderança de ACM Neto. No entanto, Mário Negromonte Júnior, presidente do PP baiano, resiste a ceder o controle sem garantias de influência no novo arranjo.
As negociações para a federação entre o Partido Progressista (PP) e o União Brasil seguem travadas devido a impasses em estados estratégicos, com a Bahia sendo o principal foco de tensão. Embora lideranças nacionais das siglas garantam que o acordo está próximo, bastidores indicam que a equação política baiana ainda não foi resolvida.
Um dos principais pontos de embate é a exigência do União Brasil para que o comando da federação no estado fique sob a liderança de ACM Neto, ex-prefeito de Salvador e atual vice-presidente nacional da legenda. Neto, inclusive, aceitou abrir mão desse cargo para destravar as negociações. No entanto, Mário Negromonte Júnior, presidente do PP baiano, resiste a ceder o controle sem garantias de que manterá influência no novo arranjo.
O impasse se agrava devido às divergências dentro do próprio PP. Enquanto Negromonte Júnior flerta com uma reaproximação com o governador petista Jerônimo Rodrigues, outros líderes da sigla no estado, como João Leão e Cacá Leão, preferem manter a legenda na oposição. Esse descompasso dificulta ainda mais a consolidação da federação.
Apesar da resistência local, a bancada do PP no Congresso tem se mostrado favorável à federação, que resultaria no maior bloco parlamentar do país, com mais de cem deputados e 13 senadores. O modelo negociado prevê que nove estados ficarão sob o comando do União Brasil, outros nove sob o PP, e os diretórios dos nove estados restantes serão decididos pela Direção Nacional da federação.
Além disso, há a possibilidade de incorporação do Cidadania, que deve romper sua parceria com o PSDB para aderir ao bloco. No entanto, até que os impasses estaduais sejam resolvidos, a federação segue em suspenso, com a Bahia sendo o principal obstáculo para sua formalização.