Crueldade nos comentários sobre as mortes da mulher de Lula, do irmão Vavá e do neto Arthur, são de dar náuseas até em Bolsonaros da vida.

Deltan Dallagnol – “Um amigo de um amigo de uma prima disse que Marisa chegou ao atendimento sem resposta, como vegetal”.

Januário Paludo – “Estão eliminando as testemunhas”…

Nova leva de diálogos entre procuradores da Lava Jato revelados nesta terça-feira pelo The Intercept, em parceria com o UOL, no qual comentam as mortes de Marisa, mulher de Lula, do irmão Vavá e do neto Arthur, são de dar náuseas até em bolsonaros da vida, tamanha a desumanidade e a sordidez dos interlocutores.

Qualquer ser cristão, sentiria-se muito mal depois de ler ou ouvir o material, que mostra até onde pode chegar a degeneração humana de agentes do Estado, que se uniram em Curitiba para colocar Lula na cadeia e Bolsonaro no Palácio do Planalto. Destaca-se, no conjunto das boçalidades, a procuradora Laura Tessler, debochando da dor da família do ex-presidente.

“Só falta dizer que a Lava Jato implantou 10 anos atrás um aneurisma na cabeça da mulher… Milhares de pessoas morrem de AVC no mundo… Isso faz parte do mundo real e pronto”. Em outro trecho, Tessler mostra que tipo de gente trabalha no MPF em Curitiba: “Ridículo… Uma carne mais salgada já seria suficiente para subir a pressão… ou a descoberta de um dos milhares de humilhantes pulos de cerca do Lula”.

Em seguida, seu chefe Deltan Dallagnol, o grande palestreiro da Lava Jato, desmascarado pelo The Intercept, fala sobre Lula: “Bobagem total, ninguém mais dá ouvidos a esse cara”. Ao saber da morte de Vavá, o coordenador da Lava Jato escreveu no grupo “Filhos de Januário” formado pelos procuradores: “Ele vai pedir para ir ao enterro. Se for, será um tumulto imenso”.

Entra na conversa o procurador Athayde Ribeiro da Costa: “Acho que tem que autorizar a saída. Ou, como disse um de nós, leva o morto lá na PF”. Januário Paludo dá o tom de como Lula era tratado pelos carrascos da Lava Jato: “O safado só queria passear”.

Quando morreu Arthur, o neto de sete anos de Lula, Roberon Pozzobon ironizou a reação de Lula no velório abraçado aos parentes: “É tudo uma estratégia para se humanizar, como se isso fosse possível no caso dele”. Impossível é acreditar que esse Pozzobon e os demais procuradores façam parte da elite do Ministério Público Federal que a mídia transformou em heróis nacionais do combate à corrupção.

Estes jamais poderão ser humanizados pois nem parecem seres humanos dotados de um mínimo de empatia e compaixão. Lula não foi tratado na Lava Jato como réu em um processo no qual foi condenado sem provas. Foi tratado como inimigo a ser abatido, junto com a sua família, para no fim levar o ex-juiz Sergio Moro ao Ministério da Justiça e abrir caminho à demolição da economia e do sistema político do país e entregá-lo de mãos beijadas nas mãos a um pau mandado de escusos interesses nacionais e estrangeiros.

De todos os diálogos já revelados, estes são certamente os mais cruéis, os mais escabrosos. Este é apenas um breve resumo. Tem muito mais na matéria publicada pelo UOL sem grande destaque. O que o Supremo Tribunal Federal ainda está esperando para afastar todos estes procuradores do serviço público e anular todos os processos não se sabe.

No Estado de Direito, a polícia investiga, promotores acusam e juízes julgam, mas na República de Curitiba todos se uniram e foram cúmplices da maior farsa judicial da nossa história. E Lula continua preso, há mais de 500 dias, numa cela na Polícia Federal, enquanto o país se desintegra, agora tratado pela comunidade internacional como um pária desgovernada. É… Vida que segue.