FOTOS MERAMENTE ILUSTRATIVAS
Nossa reportagem tomou conhecimento de um fato que vem repercutindo em Paramirim e cidades da região. Episódio que inundou as redes sociais, sendo o assunto discutido por internautas que emitem suas opiniões quanto ao ocorrido, uma vez que, de acordo com o que se apurou, os envolvidos são pessoas muito conhecidas, sendo o acusado de agressão, filho de um líder político.
De acordo com o que nossa reportagem conseguiu apurar, o Dr. Samuel Lucas Ferreira Nunes, Tabelião de Notas e Protesto de Títulos, teria sido agredido fisicamente no interior do referido Cartório, do qual é titular, quando na tarde do dia 21 de maio de 2018, exercia a sua função no atendimento de uma solicitação. Diversas versões sobre o ocorrido causaram indignação, motivando notas de repúdio e manifestações de solidariedade ao proprietário do Cartório.
Vale ressaltar que, naturalmente, sendo Paramirim uma cidade interiorana de pequeno porte, as coisas sempre acabam descambando para o lado político, especialmente, quando um dos envolvidos, Gabriel Ramos, universitário de medicina, nesse episódio é o acusado da agressão. Partidários dos dois grupos, incitaram a discussão sobre o assunto, dando ao caso conotações políticas, o que acabou por deturpar o que de fato importa, a apuração rigorosa por parte das autoridades policiais e judiciárias, para que tudo seja esclarecido, aplicando ou não as penalidades cabíveis.
Buscando cumprir com a nossa missão jornalística, que é dar publicidade aos fatos de forma imparcial, nossa equipe entrou em contato com o Dr. Samuel Lucas Ferreira Nunes, profissional competente, e pessoa de conduta ilibada, que de forma acolhedora e respeitável, conversou com nossa redação, sendo informado então, que o jornal O Eco, exercendo a sua função de informar com responsabilidade, estava disponibilizando a ele, o espaço para que relatasse a sua versão sobre o fato ocorrido. Informamos ainda que, da mesma forma, iríamos oferecer ao acusado o direito de manifestação.
Dr. Samuel Lucas, agradecendo pela iniciativa, informou que já havia relatado o ocorrido às autoridades competentes, ao tempo em que solicitou nosso e-mail, para enviar sua manifestação pública, a qual transcrevemos a seguir na íntegra:
“Quanto ao fato ocorrido na tarde do dia 21-05-2018, no interior do Cartório, no exercício e em razão da função que exerço por Delegação do Poder Judiciário do Estado da Bahia, conforme Art. 236 da Constituição Federal de 1988 e Lei n° 8.935, de 18/11/1994 (Lei dos Cartórios), venho esclarecer que confio de forma absoluta e irrestrita na Polícia Militar, na Polícia Civil, no Ministério Público e no Tribunal de Justiça do Estado da Bahia, crendo com total convicção que os fatos serão devidamente apurados e a justiça prevalecerá.
Minha família e eu agradecemos as palavras e manifestações de carinho e apreço que recebemos, de forma incondicional, de toda a sociedade paramirinhense e região, terra que com tanto amor nos acolheu e nos abraçou. Mesmo que “filhos-adotivos”, a cada dia que passa nos sentimos e temos mais e mais orgulho de sermos filhos desta terra e de participar da sua história!
Sigamos firmes, com a certeza de que Deus nunca nos desampara”. “Entregue o seu caminho ao Senhor, confie Nele, e Ele agirá. Salmos 37:5”.
Samuel Lucas Ferreira Nunes”.
Tabelionato de Notas com Função de Protesto da Comarca de Paramirim/BA.
Praça Santo Antônio, nº 412, centro, Paramirim/BA, CEP: 46.190-000.
Contato: tab.notasprotestosparamirim@gmail.com
(77)3471-2922 / (77)99908-1453.
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Em contato telefônico com Gabriel Ramos, acusado da agressão, agimos da mesma forma democrática, informando ao mesmo, sobre nossa intenção de dar publicidade aos fatos ocorridos de forma abrangente e transparente, oferecemos o mesmo espaço, para que ele apresentasse a sua versão do acontecimento. O universitário assim nos narrou:
“Por volta das 15: hs da segunda-feira dia 21 de maio, estando eu em Paramirim para resolver alguns assuntos relacionados a uma conta bancária, tive a necessidade de emitir uma procuração, na qual daria poderes a minha mãe para que a mesma pudesse realizar procedimentos bancários em meu nome, uma vez que estou residindo temporariamente fora do município, por estar cursando medicina. Esse procedimento seria para evitar uma série de burocracias, pois tenho a minha conta na agência de Paramirim e quando necessito de serviços mais específicos é uma complicação.
Ao nos informar na agência bancária local, dirigimo-nos para o Tabelionato de Notas, onde fomos inicialmente atendidos por uma funcionária que já agilizava o procedimento, que na minha opinião deve ser um dos mais simples, pois ali estávamos eu, o interessado em emitir a procuração e minha mãe, a pessoa que receberia tal autorização. Já no meio do atendimento, o senhor que se apresentou como o chefe do estabelecimento, tomou o lugar da moça que nos atendia e de imediato, questionou o meu documento de identificação. Iniciou-se ali uma discussão quanto a validade ou não do documento em questão.
Autoritário e irredutível, o chefe do estabelecimento não nos deixava argumentar. Cheguei a informar que apesar do documento estar um pouco amassado, era perfeitamente legível, se encontrando dentro do prazo de validade. Argumentei ainda que em diversos momentos o utilizei sem restrições, inclusive para comprovar que eu era habilitado à dirigir, em certa ocasião as autoridades consultaram pelo sistema, obtendo todas as informações sobre a minha pessoa. Apelei para o seu bom senso, informando que todos nos conheciam na cidade, que eu necessitava emitir a procuração, pois aquele era o último dia antes de retornar para os meus estudos, porém, o homem demonstrava frieza e se negava a realizar o procedimento.
Os ânimos foram então se alterando, foi quando percebi que minha mãe estava sendo constrangida, decidi registrar com o meu celular aquele episódio, informando ao Tabelião que iria documentar tudo para ir em busca dos meus direitos. Ao perceber que eu liguei o celular e me preparava para filmar, ele então avançou para retirar de mim o aparelho, nesse momento eu reagi e o empurrei, foi quando percebi que a minha mão que segurava o celular acabou por atingir o seu rosto. Sei que a intenção é de me incriminar, porém, em nenhum momento tive o propósito de o atingir.
Após esse incidente, criou-se um pequeno tumulto, deixei então o cartório acompanhado de minha mãe, decepcionado com o desfecho de um episódio em que buscava de forma legal, adquirir um documento e mesmo estando habilitado para tal, foi-me cerceado esse direito”.
O jornal O Eco, finalizando seu trabalho jornalístico, sua busca por informações detalhadas sobre esse caso, esteve na Delegacia de Polícia local, sendo nosso representante recebido pela Delegada Titular Drª Maria Helena, que como sempre, da forma educada e receptiva com que trata a imprensa, informou que de fato, foi registrado um boletim de ocorrência, no entanto, nesse momento em que se inicia os procedimentos de praxe, a polícia prefere ser sucinta para evitar maiores especulações. A delegada declarou ainda que trabalhará para a elucidação do ocorrido.
* Em tempo: por volta das 13 horas de hoje, 24 de maio, após ter conhecimento desta publicação, Gabriel Ramos, entrou em contato com a nossa redação informando que acabara de adiquirir a referida procuração em outro Cartório, utilizando o mesmo documento de identificação contestado pelo Cartório de Paramirim.
Samuel Rodrigues de Lima – Jornalista DRT/MTE-BA nº 0005232