Reforma do ensino médio é um dos pontos que motivou ocupações de estudantes em escolas do País
Levantamento divulgado nesta segunda-feira (7) pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) revela que 41,6% dos estudantes entrevistados não conhecem as mudanças no ensino médio, que foram anunciadas no fim de setembro pelo governo federal. Entre as modificações previstas estão a aumento da carga horária e a flexibilização do currículo escolar.
O Senai entrevistou, entre os dias 8 e 18 de outubro, 2.002 jovens de 13 a 18 anos. Desse total, 53,2% disseram saber quais são as mudanças que serão feitas no ensino médio. Outros 41,6% admitiram não ter conhecimento sobre as alterações, enquanto 4,9% disseram não ter opinião formada e 0,2% não responderam. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos.
Dentro do grupo de jovens que afirmou saber a respeito das transformações anunciadas pelo governo, 47,3% deles admitiram ter pouca informação sobre o assunto. Outros 38,9% se disseram “informados”, enquanto apenas 9,3% garantiram estar “muito informados”. A pesquisa mostra ainda que 4,4% dos adolescentes que haviam dito ter conhecimento sobre as reformas, posteriormente reconheceram ser “nada informados”.
Aprovação
Sobre o fato de que, com as mudanças, o aluno poderá substituir disciplinas tradicionais por matérias do ensino profissionalizante, 65,3% dos entrevistados se disseram favoráveis. A respeito da possibilidade de o estudante escolher as matérias que pretende cursar, 61,5% se disseram a favor da medida.
Por outro lado, sobre o aumento da carga horária diária de quatro para sete horas, somente 36,1% se declararam favoráveis, enquanto 57,2% afirmaram ser contrários a esse ponto da reforma. Outros 5,4% disseram ser indiferentes.
Cursos técnicos
Em relação ao ensino técnico, a modalidade foi avaliada como ótima por 7,6% dos participantes e como boa por 42,3%. Para 29,1% os cursos desse tipo são regulares, enquanto 2,9% classificaram como ruins.
De acordo com o Senai, 67,6% dos entrevistados associam o ensino técnico a formação e oportunidade. Outro recorte mostra que 79,5% dos estudantes citam os cursos técnicos como importantes no que diz respeito à empregabilidade.
Protestos
A reforma do ensino médio é um dos pontos que motivaram manifestantes a ocupar escolas pelo Brasil. Os grupos de estudantes também protestam contra a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que limita o crescimento das despesas do governo federal pelos próximos 20 anos. As ocupações fizeram com que o Enem, que foi aplicado no último fim de semana (dias 5 e 6 de novembro) fosse adiado para cerca de 270 mil pessoas em todo o País.