Consumidores lotam as lojas do Shopping Salvador, na capital baiana, nesta sexta-feira (28) de descontos da Black Friday. (Foto: Raul Spinassé/Agência O Dia/Estadão Conteúdo)

Os comerciantes da Bahia não têm uma estimativa de quanto as vendas devem aumentar durante a Black Friday, data oficial de “superdescontos” oferecidos por varejistas para fisgar os consumidores, mas esperam que o movimento ajude a "aliviar" a crise no setor. Em sua 6ª edição, a Black Friday será realizada na sexta-feira (25), mas pode ser estendida por mais dias por muitos comerciantes como forma de atrair ainda mais a clientela.
 
"A crise está muito forte, e, no momento, o varejo está fragilizado. Esse evento [a Black Friday] pode minimizar as dificuldades que o ano todo tem trazido para o varejo. Até agora, a média de queda de vendas é de 9% durante todo ano e essa também é a projeção do momento para dezembro. Então, estamos confiando que a Black Friday dê uma aliviada na crise", destacou o presidente do  Sindicato dos Lojistas do Comércio do Estado da Bahia (Sindilojas), Paulo Mota.
 
Confome Mota, o Sindilojas prevê um crescimento acima de 20% da presença de consumidores durante a Black Friday, mas não é possível fazer uma projeção de aumento das vendas e lucros por causa dos descontos de até 70% que devem ser oferecidos.
 
A Black Friday, que acontece desde 2011, e vem crescendo em termos de vendas e faturamento tem se tornado a segunda maior data do varejo brasileiro – já ultrapassou o Dia das Mães e só fica abaixo do Natal. A previsão dos organizadores é atingir, em todo o país, R$ 2 bilhões em vendas – 34% a mais que em 2015.
 
"Nesse período, os consumidores buscam preços convidativos, e a Black Friday tem objetivo de dar descontos verdadeiros. Não tem como projetar crescimento de vendas, porque o comércio diminuiu o preço e isso tem um impacto no faturamento. Com o crescimento de 20% da presença de consumidores, que estamos projetando, acreditamos que vamos vender mais que o ano passado, mas esse aumento não dá para projetar por causa do indice de desconto oferecido", destacou.
 
A Câmara dos Dirigentes Lojistas de Salvador também não tem uma estimativa local de quanto as vendas devem aumentar na Black Friday. Segundo o presidente da entidade, Frutos Dias Neto, há apenas uma projeção nacional.
 
"De uma forma geral, o comércio está animado. Nacionalmente, há uma crescimento de intenção de compra de 31%. Uma pesquisa realizada pelo SPC (Serviço de Proteção ao Crédito) e CNDL (Câmara Nacional de Dirigentes Lojistas) aponta que 69% prentendem fazer alguma compra esse ano durante a Black Friday. 
 
Além disso, 45% dos consumidores vão comprar mais produtos esse ano do que em 2015. Outros 28,1%  dizem que só vão fazer compras após verificarem os preços. A pesquisa indica, ainda, a pretenção de compras é mais de roupas e celulares. Não há dados locais, mas em termos de intenção, se assemelha ao nacional", destacou Frutos Dias Neto.
 
Em 2015, em todo o Brasil, o crescimento das vendas totais na Black Friday foi menor em comparação com o das demais edições, de 75%, abaixo da média de 100% dos anos anteriores. Neste ano, a previsão para o país é de aumento de apenas 30% ante o ano passado.
 
Para tentar atrair a clientela e alavancar as vendas, muitos comerciantes baianos podem ainda  esticar a Black Friday. "Isso será uma decisão de cada empresa, em função da perfomance que venha a acontecer. Os que tiverem estoque, por exemplo, pode estender a Black Friday até o final de semana ou até mais. Depende de uma decisão administrativa dos donos das lojas e das necessidades com relação às vendas", destacou.
 
O Sindicato dos Comerciários de Salvador informou que as lojas de bairros abrem mais cedo, das 6h às 19h na sexta-feira por causa da Black Friday e que muitos shoppins que fecham às 22h podem estender o horário de encerramendo do expediente para as 23h.