Sérgio Moro, juiz de primeira instância que comanda a Operação Lava Jato, em Curitiba, negou nesta quarta-feira, 8, pedido de adiamento das audiências de testemunhas de defesa de Luiz Inácio Lula da Silva no processo em que o ex-presidente é réu.
Os advogados de Lula haviam solicitado o adiamento por 15 dias em decorrência da morte da ex-primeira-dama Marisa Letícia, na sexta-feira, 3.
Os advogados alegaram que, por motivos pessoais relevantes, está prejudicado o contato entre Lula e seus advogados, o que impede que a defesa possa se preparar para as audiências, o que garante a ampla defesa do réu.
“Apesar de trágico e lamentável acontecimento, há diversas audiências já designadas, com dezenas de testemunhas, e para as quais foram realizadas dezenas de diligências por este Juízo e pelos diversos Juízos deprecados para a sua viabilização”, escreveu Moro em despacho. “Assim, indefiro o requerido”, concluiu.
O pedido da defesa de Lula foi feito na ação que acusa do ex-presidente Lula de obter vantagens da construtora OAS, como o tríplex na Praia das Astúrias, no Guarujá, e benfeitorias feitas no apartamento, como reforma, instalação de elevadores e móveis planejados.
Nesta terça-feira, a OAS Empreendimentos, que está em recuperação judicial, informou ao juiz Sérgio Moro não ter localizado qualquer contratação ou doação feita pela empresa a ex-presidentes da República, “tampouco para institutos ou fundações a eles relacionadas”.
Marisa Letícia Lula da Silva era ré no mesmo processo. A esposa de Lula morreu na última sexta-feira, vítima de AVC provocado pelo rompimento de um aneurisma cerebral. O corpo foi cremado no sábado.