De acordo com a pesquisa do IPEC, divulgada ontem (22) pelo Jornal Nacional, Lula mantém 48% das intenções de voto, Bolsonaro aparece em segundo lugar com 23%, distante exatamente 25 pontos.
A mais recente pesquisa de intenção de votos para presidente da república, divulgada na noite desta quarta-feira (22) indica que Lula mantém 11 pontos percentuais a mais do que a soma de todos os seus possíveis adversários, o que o levaria a vencer no 1º turno se as eleições fossem hoje. O levantamento do instituto IPEC (Antigo IBOPE), divulgada pelo Jornal Nacional, mostra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no limite da margem de erro para vencer no primeiro turno as eleições presidenciais do próximo ano.
O levantamento do Ipec foi realizado por amostragem em todo o Brasil entre os dias 16 a 20 de setembro e ouviu 2.002 pessoas de 141 municípios. A margem de erro é de 2 pontos para mais e para menos. O nível de confiança é de 95%. Em relação à pesquisa anterior, de junho, Lula sozinho obteve mais que o dobro de Bolsonaro e está 11% à frente de todos os seus possíveis adversários somados juntos, uma vantagem relevante que o colocaria como vencedor já no 1º turno se as eleições fossem hoje.
AVALIAÇÃO DO GOVERNO
Além disso, a pesquisa avaliou o desempenho do governo federal e constatou que a desaprovação ao governo Bolsonaro subiu 10 pontos percentuais em sete meses e alcançou a marca de 68%. O levantamento estatístico do Ipec, aponta uma desaprovação cada vez maior ao governo Bolsonaro, que após as manifestações e a carta de 7 de setembro, subiu 10 pontos percentuais e alcançou a marca de 68%, recorde histórico.
Nas sondagens de opinião pública anteriores, o ocupante do Palácio do Planalto era desaprovado por 58% dos eleitores entrevistados. A pesquisa também mostra que o número de eleitores que aprovam a gestão caiu dois pontos percentuais em relação à pesquisa feita em junho, totalizando 28%. Em fevereiro, a aprovação ao governo era de 38%.
ELEITORES DE CIRO E DORIA
Apesar do antipetismo de Ciro e Doria, de acordo com os dados das pesquisas, a maior parte dos seus eleitores preferem Lula contra Bolsonaro. Os estrategistas das campanhas de Ciro e Doria imaginam que as suas táticas anti-PT seriam válidas porque supõem que um deles enfrentará Lula no segundo turno. Essa tática, segundo os números frios vindos dos entrevistados, tende a fracassar. A estratégia de Ciro Gomes (PDT) e João Doria (PSDB) de focar suas campanhas no antipetismo é contraditória com a tendência de parte do seu eleitorado de manifestar intenção de voto em Lula em um eventual segundo turno entre o ex-presidente e Jair Bolsonaro.
Os estrategistas dos marqueteiros, que imaginam uma terceira via forte e com chances de vencer o ex-presidente, enquanto Bolsonaro perde essa capacidade em razão dos recordes de desaprovação e rejeição, devem ser reavaliadas caso persistam a atual tendência. Apesar de muito distante, a polarização parece prevalecer. Caso o segundo turno entre Lula e Bolsonaro se confirme, a pesquisa mostra que, hoje, o antibolsonarismo seria uma força maior do que o antipetismo na segunda etapa da eleição, o que torna a tática de atacar Lula mais arriscada, já que afugentaria uma parcela de ocasionais apoiadores.
Entre os que declaram intenção de voto em Ciro Gomes no primeiro turno, 58% votam em Lula e 17% escolhem Bolsonaro em um segundo turno sem a presença do pedetista —26% não querem nenhum dos dois. O levantamento mostra também que os eleitores de João Doria tendem a preferir Lula a Bolsonaro em um segundo turno entre os dois. No total, 42% dizem que escolheriam Lula, contra 23% que votariam em Bolsonaro.