A embaixadora dos EUA na ONU, Nikki Haley, ameaçou nesta sexta-feira, 7, intervir mais uma vez na Síria, um dia depois de um bombardeio realizado por Washington contra posições do regime do líder sírio, Bashar Assad. A decisão foi uma retaliação ao ataque com armas químicas que provocou a morte de cerca de 100 pessoas na terça-feira 4.
 
“Os EUA tomaram uma decisão muito calculada na noite de quinta-feira. Estamos dispostos a fazer mais, mas esperamos que não seja necessário”, ressaltou Nikki no Conselho de Segurança.
 
Ela defendeu a ação militar de seu país e assegurou que Washington não pode ficar indiferente quando armas químicas são utilizadas, pois considera “um interesse vital de segurança nacional” impedir seu uso e expansão. “Tínhamos motivos para fazê-lo”, destacou Nikki.
 
Segundo ela, “a mancha moral do regime de Assad já não podia seguir sem resposta” e seus “crimes contra a humanidade já não podiam se encontrar com palavras vazias”. “Era o momento de dizer basta. Mas não apenas dizer. Era hora de agir”, insistiu a embaixadora, deixando claro que o líder sírio “não deve usar armas químicas nunca mais”.
 
Nikki garantiu ainda que tanto o Irã quanto a Rússia têm responsabilidade pelo ataque químico em razão de sua defesa do regime de Damasco. “Cada vez que Assad cruzou a linha da decência humana, a Rússia o respalda”, disse ela.
 
A embaixadora também afirmou que a Rússia tem responsabilidade especial como garante o acordo ao qual a Síria aderiu para eliminar todo o seu arsenal químico. Além disso, ela disse que só há três explicações para o “fracasso” russo nesta tarefa: ou Moscou permitiu conscientemente que a Síria mantivesse armas químicas, ou foi “incompetente” em seu trabalho ou o regime de Assad está “achando que eles são tolos”.
 
“O mundo está esperando que o governo russo atue de forma responsável na Síria, e a Rússia reconsidere sua aliança equivocada com Assad”, destacou. Nikki acredita que os últimos acontecimentos permitirão avançar para uma “nova fase” do processo político na Síria, na qual o governo e seus aliados se comprometam “seriamente” com as negociações.