Projeto prevê construção de adutora, barragem do Rio da Caixa e abastecimento até Boquira.

De acordo com a publicação no Diário Oficial da União, cuja autenticidade pode ser consultada através do link: (www.in.gov.br/autenticidade.html), inserindo o código – 05302021030500148, o Governo da Bahia através da CERB, fez constar o Aviso de Licitação nº 1/2021, que visa contratar empresa para a construção do Sistema Integrado de Abastecimento de Água (SIAA), obra que interligará a Barragem do Zabumbão em Paramirim com a futura Barragem do Rio da Caixa no município de Rio do Pires, com o objetivo de levar abastecimento de água potável até Boquira. De acordo com a publicação, estará incluso no projeto todo o trabalho social que envolve um empreendimento dessa envergadura.

Prevista para acontecer a abertura das propostas no próximo dia 29 de março na sala de Reunião de Licitação do Centro Administrativo em Salvador, a licitação será realizada de forma híbrida, com a entrega dos envelopes na portaria da CERB, sendo que o edital completo e seus anexos poderão ser retirados no local, ou pelos endereços eletrônicos: www.comprasnet.ba.gov.br ou licitacoescerb.ba.gov.br e ainda pelo e-mail: cpl@cerb.ba.gov.br. A notícia volta a ser o foco das conversas em todos os municípios da região, especialmente em Paramirim, onde existe maior resistência à obra, devido à preocupações quanto aos riscos de desabastecimento.

Se por um lado existe a expectativa da geração de centenas de campos de trabalho com a chegada de uma grande empresa na região para a empreitada, por outro lado, a preocupação com o cumprimento integral do projeto, que deve incluir a construção da Barragem do Rio da Caixa, cujos estudos preliminares de viabilidade e capacidade de armazenamento já foram realizados, assegurando que o SIAA – Sistema de Abastecimento Integrado, poderá revolucionar a região, ofertando água de qualidade a quem tem sede, aos que sofrem com a ausência de fontes naturais, sem que haja o desabastecimento dos municípios ribeirinhos e outros como Botuporã e Tanque Novo, que há décadas são beneficiados com essa água.

Desde o início, o Governo do Estado enfrentou uma batalha atrás da outra para colocar em prática esse projeto. Manifestações populares, ações judiciais movidas pelo Ministério Público e até a resistência dos produtores locais que temiam pelo esvaziamento e inviabilidade de suas lavouras. Os mais exaltados, no entanto, são grandes latifundiários, que de forma desordenada consomem milhões de metros cúbicos para encher lagoas e molhar capim para grandes rebanhos. Existem inclusive aqueles “privilegiados” que irrigam gramados, lagoas e piscinas, esses ainda insistem em bater no peito, destilando arrogância, estupidez e insensibilidade para com quem tem sede, afirmando que “a água é nossa e não vai para lugar nenhum”.

Nosso papel enquanto representantes da imprensa, é fiscalizar a correta execução de um projeto sensível, que envolve uma série de cuidados e planejamento adequado, para que se contemple as pessoas que necessitam, sem que seja prejudicado o meio ambiente e todo um sistema de agricultura já existente, produção que abastece os moradores, gerando emprego e renda para as famílias de agricultores. Como sempre afirmamos desde o início dessa polêmica, nunca seremos contra o abastecimento de água para quem tem sede, desde que sejam observados os critérios de segurança hídrica e ambiental. Aproveitando o enfoque sobre essa questão, voltamos a registrar a urgência nas obras de esgotamento sanitário de Érico Cardoso, cujos recursos já foram assegurados nas gestões passadas, através de parcerias com os representantes em Brasília e Salvador, restando apenas o Ok para que seja eliminado do Zabumbão toneladas de esgotos in natura que hoje são despejados.

Outras ações de proteção das nascentes e dos rios que abastecem o Zabumbão e Rio da Caixa, que já foram identificadas através de monitoramento e até força tarefa, infelizmente não saíram do papel. É hora de exigirmos que toda a área da barragem que foi devidamente indenizada e posteriormente invadida, seja desocupada, que se crie e se fiscalize de fato a reserva ambiental, protegendo todo o curso e espelho d’água, que seja finalmente eletrificado e canalizado todo o canal de irrigação desde a jusante até a comunidade de Tabua, divisa de Paramirim com Caturama, regulamentando assim a utilização adequada dos recursos hídricos e evitando o enorme desperdício que hoje impera.

Acreditamos que as autoridades governamentais não iriam “descobrir um santo para vestir outro”. Temos consciência de que se trata de um assunto que exige responsabilidade e acima de tudo, senso de humanidade. Recorrendo à Confúcio, “o ser humano só se faz enquanto ele é um agente social. A própria natureza de nossas relações sociais nos obriga a confiar uns nos outros. Sem o senso de humanidade não há moralidade”. Todos deveriam almejar para os outros o que consideram essencial para si. Assim teríamos uma boa convivência social baseada em princípios morais que beneficiam a comunidade humana como um todo.

Sobre o assunto, o Governador Rui costa afirmou, que desde o governo de Jaques Wagner, mais de R$ 200 milhões de reais, foram disponibilizados para a realização das obras. Reafirmando que, trata-se de um sistema integrado, com a construção da Barragem do Rio da Caixa no município de Rio do Pires, assegurando abastecimento digno aos moradores. Segundo Rui, as obras serão executadas dentro de um planejamento, resguardando o meio ambiente e a questão da revitalização dos reservatórios. Com o objetivo de tranquilizar a sociedade quanto à segurança hídrica da região, ele declarou que com as obras, certamente a Barragem do Zabumbão receberá os cuidados estruturais e ambientais de forma contínua, o que eliminaria os riscos hoje existentes devido ao abandono.

Há quem diga que, entidades camufladas, aliadas de ricos latifundiários que hoje desperdiçam água potável em regos arcaicos, já buscam manipular pessoas incautas, distribuindo o medo e o ódio em forma de intimidação, eles querem continuar sugando sozinhos as águas como meio de irrigarem suas propriedades e enriquecerem mais a cada dia. Para esses, não é aceitável qualquer outra situação que não seja “interessante para os seus negócios agrícolas e lazer pessoal”. Nos indique ao menos um desses “privilegiados” que já demonstrou publicamente a preocupação com a questão ambiental? Porque será que não os vemos denunciando garimpos, proliferação de pedreiras, punindo os responsáveis e interditando atividades clandestinas, poluição generalizada, enfim, cruzam os braços diante dos graves problemas e se levantam contra, quando o assunto é ser solidário com o irmão que tem sede.