Geraldo Júnior só não foi oficializado ainda como pré-candidato da base em Salvador, porque PT e PCdoB querem retirar Lúcia em Conquista. Governador estabeleceu prazo até quinta-feira (21) para que alinhamento seja definido.

A reunião do Conselho Político da situação na Bahia, que criou grande expectativa sobre o anúncio do nome do vice-governador da Bahia, Geraldo Júnior (MDB), como pré-candidato do grupo liderado pelo governador Jerônimo Rodrigues (PT), para disputar a Prefeitura de Salvador no ano que vem, não resultou em “fumaça branca”. O comunicado oficial, mais uma vez, foi deixado para depois, devido ao impasse sobre a situação política em Vitória da Conquista.  Depois que o Jornal O Eco, divulgou a primeira pesquisa pública, indicando uma reviravolta com Lúcia Rocha liderando a corrida, as coisas se complicaram no entendimento entre PT, MDB e PCdoB.

O conselho político se reuniu por mais de duas horas no Palácio de Ondina, além de Jerônimo, participaram da reunião os senadores Jaques Wagner e Otto Alencar (PSD) e os presidentes estaduais do PT, Éden Valadares; do PSB, a deputada federal Lídice da Mata; do MDB, Alex Futuca; do PCdoB, Geraldo Galindo; do Solidariedade, o deputado estadual Luciano Araújo; do Podemos, Heber Santana; e do Avante, Ronaldo Carleto.  Também estiveram presentes: o presidente de honra do MDB da Bahia, Lúcio Vieira Lima, e os secretários estaduais Luiz Caetano (Relações Institucionais), Adolpho Loyola (Chefe de Gabinete) e Afonso Florence (Casa Civil). 

No imbróglio dos seis partidos presentes, quatro líderes na reunião do conselho expressaram apoio a Geraldo como o candidato da base aliada, mas o anúncio não ocorreu devido à objeção dos presidentes do PT e do PCdoB. Entre os apoiadores do vice-governador estavam o senador Otto Alencar (PSD), Ronaldo Carletto (Avante), Heber Santana (Podemos) e Luciano Araújo (Solidariedade).  Na oportunidade, Otto retirou oficialmente a pré-candidatura do deputado federal Antônio Brito (PSD). O senador Jaques Wagner (PT) também expressou apoio a Geraldo.  

O que emperra as alianças, é unicamente a situação exposta de que o pré-candidato a prefeito pelo PT em conquista, Waldenor Pereira, figura em terceiro lugar nas intenções de voto e o presidente do partido, Éden Valadares insiste em defender uma “troca” com as seguintes condicionantes: se o PT abrisse mão da pré-candidatura do deputado estadual Robinson Almeida na capital, o MDB deveria retirar de campo o nome da vereadora Lúcia Rocha, que lidera as pesquisas em Vitória da Conquista.  O petista quer que o cabeça de chapa da base de Jerônimo seja o deputado federal Waldenor Pereira, que já tem o apoio do PCdoB. Lúcio Vieira Lima, então, descartou a possibilidade de retirar a pré-candidatura da emedebista em Conquista. 

Diante do impasse no Sudoeste baiano, Éden Valadares e Geraldo Galindo solicitaram um tempo para dialogar com as lideranças partidárias sobre a retirada das pré-candidaturas de Robinson Almeida e da deputada estadual Olívia Santana, respectivamente, em Salvador. Jerônimo estabeleceu um prazo até quinta-feira (21), para que essa decisão seja tomada. 

Jerônimo chegou a divulgar imagens no início da reunião nas redes sociais, confirmando que o afunilamento do processo iria ser concretizado. “Realizaremos reuniões bilaterais para afunilar a posição a respeito das quatro maiores cidades: Salvador, Feira de Santana, Vitória da Conquista e Camaçari. Agradeço o empenho e dedicação do conselho para tomarmos os melhores rumos para a nossa Bahia. Estamos reunindo todos os esforços para anunciar as pré-candidaturas unificadas ainda este ano”, escreveu o governador.

Independentemente do que vier a ocorrer, sabemos que em política nem sempre acontece o que seria justo. Caso haja uma desistência forçada, uma retirada da candidatura legítima da vereadora conquistense por oito mandatos, 1ª suplente do MDB a Assembleia Legislativa da Bahia e líder absoluta nas pesquisas para prefeita de Conquista, será um ato de muita covardia das lideranças que não estarão respeitando a vontade soberana da população expressada nas pesquisas do IPOP, Jornal O Eco e demais Institutos que confirmaram essa tendencia. Seria mais um ato de prepotência do PT em impor seu candidato a força. As consequências podem ser catastróficas, inclusive com a possível reeleição da prefeita adversária.