Polarização influencia otimismo; 77% têm orgulho de ser brasileiros, e 59% acham que é bom viver no país.

As divisões políticas na sociedade influenciam o humor do brasileiro em relação ao que esperar do ano que começará no domingo (1º). Segundo pesquisa do Datafolha realizada nos dias 19 e 20 deste mês, 60% dos entrevistados acham que 2023 será um ano melhor do que 2022. Os melhores índices de otimismo se encontram, de forma algo previsível, entre grupos associados ao eleitorado de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que derrotou o presidente Jair Bolsonaro (PL) no segundo turno disputado no dia 30 de outubro.

Acham que o ano que vem será melhor que o corrente 66% dos menos instruídos, 68% dos mais pobres, 75% dos nordestinos e 87% daqueles que consideram o governo Bolsonaro ruim ou péssimo. No cômputo geral, os brasileiros estão menos otimistas do que há um ano, quando 73% achavam que a situação iria ser melhor em 2022. O nível atual de boa expectativa é o mesmo registrado em 2020 (58%), ano impactado pela chegada da pandemia de Covid-19 e a disrupção do cotidiano da maioria das pessoas.

Na mão inversa do otimismo, o pessimismo deu um salto, passando de 8% em 2021 para 22% agora —voltando ao patamar de dois anos atrás, 21%. Novamente, as tintas políticas se fazem visíveis: acham que 2023 será pior do que 2022 44% dos mais ricos, eleitorado que mais apoiou o presidente na campanha, e 45% dos eleitores que aprovam o governo Bolsonaro.

A proporção daqueles que consideram que o ano seguinte será igual ao atual se manteve estável. Foi de 18% em 2020, 15% em 2021 e, agora, novamente 15%. A margem de erro da pesquisa é de dois pontos percentuais para mais ou menos.