Moradores de Paramirim, Caturama, Botuporã e Tanque Novo, municípios atendidos com a água da Barragem do Zabumbão, se manifestaram, entrando em contato com a redação do Jornal O Eco, reclamando que, há alguns dias, têm recebido nas torneiras de casa uma água com mau cheiro e até com impurezas. Há relatos da presença de pequenas larvas, tipo cabeça de prego, nas torneiras. Com isso, a população que há décadas reclama de deficiências no atendimento, se mostra apreensiva mais uma vez, cobrando uma explicação e consequente solução do problema.

Nossa reportagem constatou que o fato ocorre em diversos pontos da cidade de Paramirim, desde o Bairro Vila Nova, onde está localizada a primeira estação de tratamento, passando pelo centro histórico e demais bairros. Diante disso, muitas pessoas têm optado por comprar galões de água mineral para consumo. O mau cheiro da água é intenso, impossibilitando o uso. “Eu tive que esvaziar duas caixas de água, pois, estava com um odor insuportável. Joguei fora cerca de 2 mil litros, porém, após encher novamente, o mau cheiro continuou”. Afirma um dos moradores ouvido pela nossa equipe.

É de conhecimento público que a Embasa, empresa de economia mista, que é gerida pelo Governo do Estado, possui o domínio da concessão dos serviços de abastecimento de água, extraída da Barragem do Zabumbão, vendendo o líquido para os municípios da região. A Empresa Baiana de Água e Saneamento, opera no Vale do Paramirim há décadas, período em que tem sido alvo de críticas e denúncias da população sobre a prestação dos serviços a que se propõe e também pelo alto custo das taxas praticadas.

De acordo com o que foi acertado em contrato, a autarquia teria a obrigação de abastecer as cidades com água potável e de boa qualidade, bombeada do lago da barragem, através do sistema implantado pelo Governo do Estado. No entanto, segundo informações dos moradores, é questionável a qualidade da água na rede de abastecimento. Conforme relatos de populares, desde que foi instalado o sistema na região, os problemas têm sido recorrentes.

“De tempo em tempo, há transtornos e problemas para os usuários que pagam caro pela água. ”, relatou um consumidor. “Como se isso não bastasse, além de fornecer a água fétida a autarquia EMBASA, vem ultrajando a população com a cobrança exorbitante em suas contas, e o pior é que não tem a quem recorrer. ” Desabafa outra moradora.

A nossa equipe de reportagem entrou em contato com O Sr. Roberto, gerente do escritório regional da Embasa em Paramirim, para esclarecer sobre o problema do odor nas torneiras e qual a solução para o caso. Muito receptivo, o representante confirmou que tais reclamações vem acontecendo há algum tempo. Informou que a Embasa, assim que teve conhecimento, efetuou o monitoramento detalhado através de profissionais químico, engenheiro sanitarista e técnicos, que não constataram riscos à saúde dos usuários. Roberto disse que os problemas foram detectados apenas nos finais de rede, onde seguem sendo instalados pontos de descarga d’água.

O gerente disse ainda, que juntamente com as equipes de vigilância sanitária de Paramirim e Botuporã, realizou coleta de amostras, que foram enviadas para análise no laboratório ACEM sendo que aguardam os resultados para determinar quais seriam os reais motivos destes incidentes. Confrontado pelo nosso diretor de jornalismo sobre a possível presença de larvas, cabeça de prego, na tubulação, Roberto disse desconhecer tal episódio, pois, segundo ele, em toda rede externa desde a estação de tratamento, a presença de cloro impede a sobrevivência desses organismos.

O responsável pela Embasa declarou ainda, que é comum a presença dessas larvas em água parada, explicando que depois de três dias no reservatório sem ser utilizada, a água perde boa quantidade de cloro que evapora. Segundo ele, talvez, nesse período de férias, quando muita gente deixa a residência fechada, ou alguma parte do sistema hídrico sem utilização, torna-se vulnerável a estes episódios. O gerente, ao disponibilizar o telefone do escritório (77) 3471-2246, disse estar à disposição dos usuários para quaisquer esclarecimentos. Reafirmando que os casos foram pontuais e que estão sendo resolvidos da melhor forma possível.

Assim esperamos que seja. Afinal, é um dever da concessionária cumprir fielmente ao que se propôs, no caso, garantir o abastecimento contínuo e de qualidade para a população, zelando pela qualidade do produto entregue e a eficiência dos serviços.