A oitava eleição nacional após a redemocratização do Brasil ocorre hoje domingo, 7, com 147 milhões de brasileiros aptos a votar e 27.106 candidatos. Os eleitores vão às urnas nos 5.570 municípios do país entre 8h e 17h, nos horários locais, para escolher o 38º presidente da República, além de governadores de 26 estados e do Distrito Federal, 513 deputados, 54 senadores e 1.059 deputados estaduais.

A primeira eleição geral no Brasil com redução do tempo de campanha de 90 para 45 dias, proibição de doações de empresas, horário eleitoral mais enxuto e cláusula de barreira para os partidos, entre outras novas regras eleitorais, tem treze candidatos à Presidência da República, o maior número desde o pleito de 1989, quando havia 22 presidenciáveis.

A disputa presidencial deste ano teve quebrada a polarização entre tucanos e petistas, que marcou as últimas seis disputas pelo Palácio do Planalto. Pesquisas de intenção de voto indicam a liderança do deputado federal Jair Bolsonaro (PSL) e que ele tomou boa parte dos eleitores de direita e centro-direita, antes fidelizados ao PSDB. Bolsonaro tem 41% das intenções de votos válidos no Ibope e 40% no Datafolha, divulgados neste sábado, 6. Alckmin chegou a, no máximo, 10% nas pesquisas.

Embora tenha seu maior líder, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, condenado e preso por corrupção pela Operação Lava Jato, o PT, ainda conforme Datafolha e Ibope, manteve a preferência da maioria do eleitorado de esquerda e centro-esquerda.

Ungido como “representante” de Lula nas urnas após o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) barrar a candidatura do ex-presidente com base na Lei da Ficha Limpa, o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad avançou rapidamente sobre eleitores que pretendiam votar em Marina Silva (Rede), que começou a campanha com 16% das intenções de voto e marcou 3% nas pesquisas mais recentes, e em Ciro Gomes (PDT), que não passou de 13% nos levantamentos. O petista tem 25% das intenções de votos válidos no Datafolha e no Ibope deste sábado.

A pulverização do centro em seis candidaturas pouco competitivas, esvaziadas à direita e à esquerda por Bolsonaro e Haddad nos levantamentos eleitorais, favoreceu a radicalização da campanha nos extremos, cenário que resultou em um atentado contra o candidato do PSL, esfaqueado em ato de campanha em Juiz de Fora (MG), no dia 6 de setembro.

A divisão é tamanha que, apesar das intenções de voto favoráveis no primeiro turno, o capitão reformado e o ex-prefeito paulistano são os mais rejeitados pelos brasileiros. Segundo o Datafolha, 44% dos eleitores responderam que não votariam em Bolsonaro de jeito nenhum, número que é de 43% no Ibope. Haddad é rejeitado por 41% no Datafolha e 36% no Ibope. No provável segundo turno entre os dois, portanto, boa parte do eleitorado deve decidir por aquele que avalia ser o “menos pior”, o mal menor.

Diante da cristalização dos números das pesquisas, Ciro Gomes (PDT), Geraldo Alckmin (PSDB) e Marina Silva (Rede) recalibraram suas estratégias de campanha e passaram a pregar contra os extremos, cada um tentando encarnar uma terceira via — ao que tudo indica, sem sucesso.