Esse não é o primeiro episódio trágico envolvendo o trabalho na extração de pedras nas serras da nossa região.

Há muitos anos, o Jornal O Eco vem alertando para a necessidade de uma maior fiscalização e rigidez no controle da atuação de empresas mineradores que diariamente extraem pedras ornamentais e outros minerais em  nossa região. Sem nos aprofundarmos nas questões técnicas legais, que certamente muitos fazem vistas grossas no que diz respeito a documentações, recolhimento correto de tributos, reparação de danos ambientais e outros assuntos tidos como “delicados”. Nos atentando nessa reportagem, apenas à questão da segurança dos nossos conterrâneos nos locais de trabalho, tristes episódios como este tem chamado a atenção dos moradores e até de funcionários que são contratados para a perigosa atuação nas serras, locais onde se extrai os blocos de pedras.

A notícia da morte de mais um jovem atingido por uma pedra enquanto trabalhava em uma dessas pedreiras na zona rural de Paramirim, além de consternar a todos da região, volta a alertar para a necessidade de uma maior fiscalização no exercício desse tipo de função. Evidentemente que as empresas mineradoras, devem apresentar documentação de treinamento e o argumento de que orientam pela utilização de todos os equipamentos de proteção, além disso, espera-se que tenham seguro e proporcionem uma indenização à família. No entanto, apesar de acidentes ocorrerem, faz-se justificável uma fiscalização mais rígida por parte do Ministério Público do Trabalho e demais órgãos, para que sejam preservadas vidas humanas.

Segundo se apurou, o jovem morreu enquanto trabalhava em uma pedreira na comunidade de Saco dos Bois, na zona rural de Paramirim. O acidente de trabalho aconteceu nesta quarta-feira (01), e a vítima foi identificada como Fabiano Carvalho. O Departamento de Polícia Técnica foi acionado para realizar o levantamento cadavérico, o corpo da vítima foi encaminhado para o IML de Brumado. Ainda segundo informações, o jovem estava de casamento marcado e perdeu a vida de forma precoce e tão lamentável.

A equipe do Jornal O Eco se solidariza com os amigos e familiares de Fabiano, rogando ao grande arquiteto do universo que conforte os corações enlutados. Registrando também os nossos protestos, clamamos por maior fiscalização, para que seja preservada a integridade física dos nossos conterrâneos que por necessidade, enfrentam trabalho tão arriscado, enquanto empresas milionárias levam do sertão riquezas incalculáveis, que sequer são beneficiadas na Bahia.