Enquanto municípios da região se destacam por inovações e superam desafios, com muito trabalho, diálogo e união, apresentando um balanço positivo, tendo os gestores em sua maioria, encarado de frente a crise financeira, trazendo obras e muitas melhorias nesses primeiros dois anos, em Oliveira dos Brejinhos, a população experimenta um período de desalento, falta de investimentos de vulto, ausência quase que total de diálogo entre os setores sociais e o poder público. Ocorre que, a falta de planejamento, contratações em excesso sem necessidade comprovada e sem o devido processo seletivo, já provocam atrasos no funcionalismo, incluindo da limpeza pública, que além de não receberem, estão sendo demitidos.

A gestão atual, já responde por processos junto ao Ministério Público, dentre os quais, a acusação de ilegalidades nas obras que teriam finalidade de ampliar a oferta de água para a população, sendo que até o momento, além das denúncias de superfaturamento e ilegalidades na construção de uma nova barragem, incluindo a escolha equivocada do local, que fica dentro da propriedade da família do gestor, todo esse imbróglio aguarda decisões judiciais, enquanto a população da sede e da área rural amarga uma das maiores crises de escassez de água. “Há semanas que não cai uma gota em minha torneira”, diz uma moradora da sede que não quer ser identificada por receio a represálias.

A situação do prefeito vai se complicando a cada dia. Segundo fontes idôneas, a insensibilidade, autoritarismo, desrespeito às normas de conduta, aliados a ausência de obras e benefícios prometidas no período eleitoral e inclusive registradas no TSE, no seu projeto de governo. Contribuem para uma desaprovação recorde, demonstrada nas urnas nas últimas eleições para deputados, quando o grupo do gestor esteve longe de um desempenho à altura. Carlito e seu grupo político, amargaram uma fragorosa derrota, se comparados os votos da oposição ao seu governo.

Conforme afirma a velha máxima “tudo o que se planta colhe”, o péssimo resultado de 2018, só confirma o que vinham apontando as pesquisas de avaliação do governo municipal, decepção, arrependimento e desejo de mudança da maioria da população. O movimento de protesto dos professores e servidores, que aconteceu no final dessa semana na sede do município, reforça um clima de revolta pela falta de sensibilidade para com o funcionalismo, irresponsabilidade e incompetência na gestão da folha do pessoal, permitindo atrasos a classes tão importantes. A falta de interesse em negociar com os representantes, culminou com o ato que repercutiu negativamente em toda a região.

Outro ponto na reivindicação ocorrida, foi a questão do rateio dos recursos dos precatórios do FUNDEB.  Organizadores informaram que a pauta de reivindicação incluiu também o rateio de 60% do Precatório da Educação. Há também  grandes discordâncias quanto ao Plano de Carreira, que segundo integrantes do movimento tem objetivos adversos, indo contra a classe ao sugerir redução salarial e perdas de benefícios.

“A situação vivida pelos companheiros que laboram nas salas de aula é de penúria. Em função da política de pagamento adotada pelo prefeito, muitos não conseguem quitar suas obrigações financeiras, como a conta de luz, de água, de telefone, o supermercado, o açougue, o cartão de crédito, enfim, despesas do dia a dia, pagando juros e multas. Isso traz prejuízos enormes para a economia de todo o município, até porque, municípios de menor porte como o nosso, dependem do pagamento da prefeitura para sua sobrevivência econômica”. Destacou um dos líderes da classe.

Nossa reportagem tentou contato com o prefeito do município, para que o mesmo pudesse comentar sobre os fatos recentes, porém até o fechamento dessa edição, não obtivemos resposta. Existem informações que os funcionários que estão sendo demitidos na área de limpeza pública, há cerca de 90 dias não recebem seus proventos.

Tido como um político das antigas, cujo temperamento é autoritário, segundo moradores, o prefeito tem trazido uma série de danos à população.  “Carlito de Libório é um homem avesso ao debate, toma medidas sem discutir com as parcelas da sociedade que serão afetadas. Esta é a lógica de seu governo desde que assumiu a Prefeitura. Ações que prejudicam o serviço público e a população, causam enormes transtornos ao funcionalismo e geram insegurança e incerteza sobre o futuro. Em menos de dois anos, a cidade e povoados da área rural perceberam que estão esquecidos por quem foi eleito para cuidar. Resistir aos retrocessos é um dever civilizatório. Estaremos preparados para fortes desafios que nos aguardam. Iremos resistir e seguir trabalhando para garantir nossos direitos e a correta aplicação dos recursos públicos, para construir uma cidade mais humana e participativa”. Afirmou representante dos professores.