Moradores do Vale do Paramirim, Serra Geral, Sertão Produtivo e Chapada, encravados no sertão nordestino, polígono das secas da Bahia, comemoram hoje (30), a volta da chuva depois de longo período de seca, alivia, mesmo que temporariamente, o coração dos que vivem e amam esse torrão.

A terça-feira amanheceu com chuva forte em diversos municípios, o céu cinzento, carregado de nuvens, o clima ideal para animar não somente o agricultor, o pecuarista, todos os semblantes se alegram, é o comentário do dia, da semana inteira, esquecendo até o período eleitoral, as discussões agora se encaminham para as previsões meteorológicas na região.

Após uma boa precipitação ao amanhecer, a névoa nas serras são prenúncios de chuva na terra. Esses são os mais conhecidos sinais para quem vive no sertão, não existe imagem mais bonita nem dia mais esperado. Para os mais moços, não custa nada conferir na internet as previsões dos sites especializados, almejando confirmarem os sinais já conhecidos pelos mais antigos da casa.

“A gente fica muito feliz porque vê aquelas nuvens que vem tudo escura,  já fica com aquela alegria, com aquele brilho nos olhos, porque  já está vendo a chuva chegar, cair aqui na nossa terra, na nossa comunidade e é o que a gente espera e vê. São essas nuvens lindas que Deus manda para a gente em água”, afirma a agricultora Margarida Oliveira.

Por aqui o cenário de uma caatinga ressequida, árvores sem folhas, terra maltratada, aspecto de deserto, modifica-se em poucos dias. Quando a chuva cai, a natureza responde depressa. O verde tinge a paisagem. Folhas começam a brotar nos galhos.  De volta também a esperança de rever água nos rios que tinham evaporado. Também é crescente o desejo de mais consciência, menos agressões, menos ganância no trato com o meio ambiente e os recursos hídricos, para que os leitos voltem a correr, barragens, açudes acumulem água e assim como por encanto, o cenário volte a se encher de vida.

Quando chove, a esperança renasce para todos e o sertão se transforma no paraíso para a nossa gente persistente!  “A gente não desiste, porque quer ter uma qualidade de vida. A gente não tem emprego. O emprego daqui é cuidar dos animais, das plantações, plantar milho e feijão, e assim a gente vai vivendo”, diz o agricultor José Oliveira.