Que o sensacionalismo barato dos programas de auditório estão cada vez mais apelativos, todos já tinham conhecimento. Uma vez que a a Televisão brasileira, vive a explorar tudo que possa lhe render alguns pontinhos no IBOPE. As reportagens sensacionalistas abrangem temas diversos, inventam situações e até mentem descaradamente, criando um clima de cinismo como o que vimos ontem no Rodrigo Faro, que em um ridículo papel, ao lado da sua esposa metida a patricinha e do também boçal Eduardo Costa, protagonizaram de forma parcial e ao nosso ver repugnante, mais uma baita discriminação com a Bahia, com a cidade de Paramirim, desmerecendo o jovem Geovane Félix, que esperava ter o seu feito exaltado a nível nacional e pelo contrário, serviu de piada para os sulistas metidos que gargalhavam com as limitações da réplica construída.

Acontece que o nosso conterrâneo Geovane Félix, jovem de bem, trabalhador, cuja família orgulha Paramirim e região pela honestidade, postura digna e pela capacidade de inteligência e criatividade, acompanhando tal linhagem,desenvolveu sozinho, apenas com a colaboração de alguns amigos que lhe doavam peças e outros materiais a réplica de um famoso veículo (Ferrari). Ao finalizar sua arte, coisa que para ele era tratada como um hobe e desfilar pelas ruas da sua cidade (Paramirim), foi surpreendido com elogios e diversos posts nas redes sociais. Geovane, um rapaz simples, não acostumado com tal assédio, retribuia as gentilezas e chegou até a apresentar o seu invento no encontro de motociclistas e veículos antigos na Praça da Matriz.

Até aí tudo normal, coisa maravilhosa ter o reconhecimento pela criatividade e talento, ao recriar, mesmo com todas as limitações, uma pequena réplica da Ferrari. Porém, talvez influenciado por alguns, que certamente informaram a RECORD sobre tal feito, aceitou o convite da emissora em se deslocar para São Paulo e apresentar no Programa sensacionalista e apelativo do Rodrigo Faro, a sua invenção. Certamente “os idealizadores de tal proeza” garantiram que o rapaz ficaria famoso, seria ovacionado e consequentemente elevaria o nome do município e da região.

Acontece que não contavam com a frieza, preconceito e ações inescrupulosas dos responsáveis pelo programa, bem como com a conspiração que envolve inclusive o apresentador, reduzindo a apresentação do veículo criado por Geovane, em uma piada montada pela produção, que ridicularizou não somente o invento, como menosprezou o criador. Formatando um quadro onde existiram os vilões, (Esposa de Rodrigo e o cantor Eduardo Costa) e o mocinho da história, o apresentador Rodrigo Faro, que fez cara de decepcionado, desdenhou e provocou total decepção na maioria dos atentos expectadores de Paramirim e da região, que haviam realizado campanhas para que todos estivessem ligados no programa.

Não sei qual foi a impressão de Geovane, porém, diversas foram as manifestações de repúdio de moradores das cidades da região, que entraram em contato com a nossa redação, comentando o fato tão recheado de preconceito. Atitude que aliás, está muito presente nas mídias de massa, principalmente na televisão, que faz de tudo para alavancar índices de audiência.

“O ser humano de uma maneira geral gosta de coisas curiosas, de coisas engraçadas, coisas que causem impacto”, conta Antônio Rocha Filho, professor de jornalismo da ESPM e ex-editor do extinto jornal “Notícias Populares”, famoso por seu caráter sensacionalista num tom quase humorístico. Ele descreve que quanto mais curiosa, mais bizarra a notícia for, maior será a atração que exerce sobre o público, sobre a audiência. Segundo ele, essa tendência à espetacularização, ao sensacionalismo, ao apelo barato da emoção do humor sádico ao espectador etc. Todos estes fatores, sem dúvida, fazem muito sentido para os caçadores de audiência. Ainda que não dignifiquem, estas atitudes muitas vezes pejorativas, menosprezem a jornada de alguém, que nesse caso, foi utilizado como motivo de piada. Esta é a regra, e não a exceção, dos quadros que exploram as histórias de vida de outrem.