A Bahia precisa rever urgentemente todo o sistema de segurança pública. Violência e insegurança invadem e já dominam pacatas cidades do interior.

Não devemos omitir a realidade que insiste em nos fazer de vítimas da violência. de nada adianta inaugurar novas delegacias e postos policiais, se a logística do estado não funciona. Temos um governo atuante e com vontade de acertar. é preciso que Jerônimo reveja toda a logística de segurança pública, não somente em Salvador, como nos pequenos municípios da nossa Bahia. Facções estão tomando conta das pacatas cidades e gente de bem sofre as consequências e paga caro por isso.

A Bahia sempre esteve entre os estados mais violentos no Anuário Brasileiro de Segurança Pública. Só que o levantamento deste ano apontou que seis cidades com a maior taxa de mortos violentas do país. E não para por aí. Se a gente considerar até 20º lugar, teremos mais cinco cidades, entre elas Salvador (12º). Mas qual a leitura disso? Os dados só reforçam que a violência tomou uma proporção enorme. Há muitos anos o interior deixou de ser uma região aprazível porque facções que antes só existiam na capital encontraram muita facilidade para expansão.

Dos 417 municípios, 291 só têm atualmente uma dupla de PMs para garantir a segurança, segundo a Associação de Policiais e Bombeiros e de seus Familiares do Estado da Bahia (Aspra). Então, não adianta propaganda com novas viaturas, se não há efetivo suficiente e nem dinheiro para o combustível. Tampouco inaugurar delegacia, se não há policiais civis, internet etc.

Nas escolas, os muros de nada servem. A violência quando não pula, atravessa paredes, janelas das escolas e em risco a vida de alunos, professores e funcionários. Os casos de aulas suspensas na Bahia têm vários motivos, desde traficantes que se refugiam da polícia nas unidades a “balas perdidas” que atingem salas, diretoria, cozinha. Não é à toa que 1,8 mil estudantes ficaram sem aula neste ano, segundo o Sindicato dos Trabalhadores em Educação da Bahia (APLB).