Plataformas como Youtube, Instagram, Facebook e o aplicativo WhatsApp, já fazem parte do cotidiano de devotos que permanecem congregados ao redor do mundo.

Conforme já abordado por este portal, a tecnologia tem se tornado ferramenta indispensável para amenizar a saudade, promover integração e serve como único meio seguro para milhares de ações solidárias, campanhas de doação, lives que alegram e ainda arrecadam alimentos e insumos, dentre tantos outros benefícios comprovados. De acordo com José Carlos Assunção Novaes, que recentemente abordou o tema, com o surgimento do coronavírus (Covid-19), uma nova realidade que já faz \parte do cotidiano de todas as pessoas, sendo que o distanciamento e o isolamento social passaram a ser uma atitude recomendada para a preservação da saúde e a não proliferação do vírus.

As igrejas, cumprindo os decretos promulgados pelas prefeituras e pelo Governo do Estado, que impedem aglomerações nos espaços públicos e privados, tiveram que se adaptar. A partir dos seus documentos e da sua doutrina, os templos cristãos, evangélicos e também a Igreja Católica, baseados nas publicações do poder público constituído e da Organização Mundial de Saúde, emitirão suas orientações, recomendando a não realização de cultos, missas e demais eventos religiosos com a presença de público.

Diante de um novo cenário, no qual o único abrigo seguro é o lar, tendo o distanciamento como principal vacina, foi necessário rever conceitos e adotar posturas, que para alguns, nunca foram ou deveriam ser utilizadas, para que a adoração, o contato com líderes e demais membros, não fosse interrompido. Através de reflexões sobre esse momento de pandemia, as redes sociais e aplicativos foram os únicos meios para que isso viesse a acontecer, mantendo é claro, as celebrações que já ocorriam anteriormente, transmitidas em rádios e TVs, só que agora sem a presença dos fiéis.

Com isso, todos os líderes religiosos tiveram que se adaptar a essa nova realidade e, através de diálogos e sugestões com membros das agremiações, chegaram à conclusão de que o canal do Youtube seria uma das ferramentas importantes para integrar as pessoas, além de outras plataformas disponíveis. “Essa mudança demandou tempo e muita reflexão. Estudamos como fazer isso, vimos também a periodicidade das atividades a serem desenvolvidas, como por exemplo às missas celebradas sem o público, mas com a possibilidade de que os fiéis acompanhassem assistindo da sua casa, até porque hoje, praticamente, toda a população dispõe de um aparelho de celular, de um tablet, notebook ou computador. Esse foi o nosso pensamento que se tornou uma realidade com a criação do canal e a continuidade da evangelização”. Declarou o pároco Genildo Lima.

Realizar cultos em pleno pico da doença, é no mínimo falta de responsabilidade, pois, a proximidade com os fiéis foi mantida, mesmo com o distanciamento, ao utilizar esses meios de comunicação para que todos estivessem próximos, apesar de não estarmos perto. Existem ainda as famosas lives particulares, feitas por colaboradores da igreja, que são autorizadas pelos líderes religiosos “Compreendo que a igreja tem a responsabilidade de manter o contato, pois nesses dias de tamanha turbulência, inclusive psicológica, não poderíamos cruzar os braços. Chegou um momento em que, apesar de isolado do mundo material, provarmos a nossa fé levando aos nossos irmãos, também alimento espiritual”. Declarou o pastor Edivaldo.

Ainda de acordo com o padre Genildo Lima, ele buscou inspiração em alguns sacerdotes, como o padre Fábio de Melo e dos diversos canais católicos que usam desses meios de comunicação para evangelizar o povo de Deus, acreditando na força e no poder da comunicação como um novo caminho para a evangelização. “Diante dos desafios da comunicação, acredito que se faz necessário uma atuação pastoral dinâmica e criativa, além de moderna, por parte da Igreja, usando os meios de comunicação de forma mais intensa e racional. Eu, inclusive, aconselharia, aos meus irmãos no sacerdócio, para que fizessem, de alguma forma, achegar-se aos seus fiéis, porque neste momento mais difícil, os devotos precisam do seu líder”. Concluiu o religioso.