Improvisos e criatividade mantém a tradição, aliviam a tensão e proporcionam o mínimo de diversão em família.

O arraiá de São João é sem dúvida, uma das festas mais tradicionais no calendário das cidades e comunidades rurais no nosso pedaço de sertão. Neste ano, mais uma vez, esse evento precisou ser cancelado em toda a Bahia. Nada de festas públicas, em função da pandemia do novo coronavírus, em respeito à vida e em obediência aos protocolos de segurança em saúde. Com isso, as famílias tem precisado se reinventar. Apesar de tudo, em nome da resistência, pela preservação da tradição, nordestinos da Bahia apostaram em mesmo à distância, promoverem o arraiá de casa, de maneira restrita, tendo como atração os shows online.

Com apresentadores vestidos a caráter, artistas consagrados ou mesmo as lives regionais, o importante é participar das brincadeiras do período junino, ouvindo o som da sanfona, mesmo que através de uma transmissão pelas redes sociais. Jovens, adultos e até os idosos entram na brincadeira e conseguem reproduzir esse período de festejos dentro das próprias casas. Os papais e mamães compram ingredientes e se encarregam das guloseimas e todos participam na organização dessa ideia, para o arraiá de logo mais à noite. Um fenômeno positivo volta a acontecer no segundo São João da Pandemia, familiares estão mais próximos, existindo casos de famílias que pela segunda vez na vida, estarão juntas na noite de São João, como é o caso da família O Eco, que nesta data estaria nas estradas, fazendo a cobertura jornalística nos arraiás do sertão.

Nada substitui o que antes vivíamos, nossa liberdade, o calor humano, as andanças durante todo o mês de junho, vivenciando e retratando a alegria, os costumes a hospitalidade de cada lugar, estilos diferenciados, organizações distintas, mas um único estado de espírito, por todo lugar tem alegria, entusiasmo, devoção e muito amor na melhor data do ano no interior da nossa Bahia. É pensando em tudo isso, que devemos nos cuidar e cuidar dos outros, protegendo, para que a vacina avance e no ano que vem, estejamos juntos e misturados, circulando por cada arraiá, participando e registrando os momentos de reencontros, de alegria, celebrando a vida, a vitória da ciência que será celebrada com muito forró e arrasta-pé. Esperamos confiantes que esse seja o último São João da pandemia, para que esse momento seja lembrado como tempo de resiliência e superação.