Desde a Proclamação da República, essa é a primeira vez que um presidente eleito no Brasil tomará posse sem nenhum representante do Norte e do Nordeste no primeiro escalão do governo.

Dos 22 ministros de Bolsonaro, onze são do sudeste, oito do sul, dois do centro-oeste e um é colombiano. A informação foi abordada em alguns jornais da grande mídia.

Bolsonaro foi até o Twitter se defender. Ele alega que o critério usado para as indicações foi técnico, e que de forma indireta vários nordestinos trabalhariam para o governo.

Para o presidente eleito, a crítica é injusta. “Como se nascer em uma região se traduzisse em competência e não nascer significasse descaso e abandono”, disse.

Ele disse ainda que “não saiu perguntando” características pessoais da equipe, e que também não quis saber onde nasceu a esposa Michelle Bolsonaro, filha de nordestinos.

Dos 22 representantes do primeiro escalão, há apenas duas mulheres, Damares Alves (Mulheres, Família e Direitos Humanos) e Tereza Cristina (Agricultura). Não há no ministério de Bolsonaro nenhum representante negro.

Jair Bolsonaro obteve 13 milhões de votos somados nas regiões Norte e Nordeste na eleição presidencial de 2018. Seu adversário, Fernando Haddad (PT), teve 23,5 milhões de votos nessas regiões.