Representante dos professores de Aracatu, Terezinha Almeida, diz que a aflição pelo medo da perda do cargo pela falta do diploma é cada vez maior (Foto: Luciano Santos | 97NEWS)

Com o avanço do Ensino Superior no Brasil, que foi alavancado por meio de parcerias entre governos e instituições, várias graduações que antes eram um sonho, se tornaram realidade. Uma das é a Pedagogia, que dimensiona a qualidade do ensino, fazendo com que os professores sejam muito mais capacitados. Diante disso, inúmeros professores que possuíam apenas o Magistério, começaram a buscar a graduação.

Esse é o caso de 36 professores do município de Aracatu, que, em 2010 ingressaram no Curso de Pedagogia que, na época, foi oferecido por meio do PARFOR – Plano Nacional de Formação de Professores. Até aí tudo bem, só que ao concluírem o curso em 2014, os referidos professores, não receberam o diploma, o que segundo eles pode trazer prejuízos no trabalho, já que estariam, sendo ameaçados de rebaixamento para o cargo de monitores.

A representante dos professores, Terezinha de Souza Almeida falou com o 97NEWS e declarou que “nós podemos perder até o nosso emprego, já fizemos de tudo para receber o diploma, já ingressamos no Ministério Público, mas até agora não recebemos o nosso diploma” e ainda emendou falando que “só a nossa turma não recebeu o diploma, o que está tirando o nosso sono, pois a prefeitura de Aracatu exigiu que temos que entregar o documento até o final deste mês, ou se não seremos rebaixados de cargo”.

Diretora do Campus da Uneb de Brumado, Jaciara Santana, esclareceu o impasse (Foto: Luciano Santos | 97NEWS)

Visando esclarecer a situação, o blog entrevistou a diretora do Campus da Uneb de Brumado, a educadora Jaciara de Oliveira Santana, que foi muito receptiva e não se furtou a responder a nenhum dos  questionamentos. Jaciara esclareceu que “esses cursos foram promovidos por meio da Parfol, para os municípios de Brumado, Livramento e a turma de Aracatu foi a última a ingressar. O papel da UNEB é oferecer o curso e fazer o projeto de reconhecimento e depositá-lo no Conselho Estadual de Educação, que é responsável pela formação das comissões que irão reconhecer esses cursos”.

Ela continuou argumentando que “há mais de 2 anos o projeto foi enviado para o Conselho Estadual de Educação, mas como existem apenas 5 conselheiros para toda a Bahia, o processo de reconhecimento é lento, pois tem que vir uma comissão para validar o curso, para que o diploma seja concedido”. Ela ainda fez questão de declarar que “a universidade tem poder para designar a vinda da comissão, então a solução para esses 36 professores passa por acionar o Conselho Estadual de Educação”.

Questionada sobre a possibilidade do rebaixamento dos professores, ela foi taxativa ao afirmar que “a legislação da LDB é clara, se eles fizeram o concurso para professores, então tinham magistério para atuar na Educação Básica, então, caso seja dada a ordem para o rebaixamento de cargo, o que acredita ser muito difícil, seria um ato contra a lei, adiantando que eles irão ter é mudança de nível, com o consequente aumento dos salários, assim que o diploma chegar”.

Abaixo-assinado dos professores que foi anexado à representação que foi dada entrada no Ministério Público (Foto: 97NEWS)