Celebrar 2021 com esperança da cura, agradecer por ainda estarmos aqui!

O ano de 2020 começou turbulento e vimos uma das piores crises globais acontecendo diante de nossos olhos. Mas o que ficou de aprendizado? É sábio pensar que todas as experiências, sejam boas, sejam ruins, deixam aprendizados em nossas vidas. Ao longo dos anos, muitas vezes nos deparamos com situações difíceis, por vezes incompreensíveis, em um primeiro momento, parece que entramos num círculo vicioso em que pode parecer difícil achar a saída ou conseguir visualizar o copo “meio cheio”.

Se a ideia predominante é a de que viver é viajar e se divertir em festejos coletivos, 2020 já era. Os que assim o fizeram, agiram de forma irresponsável consigo e com os outros.  Aproveitar o ano é ir às compras e passear em shoppings? Consumir às vezes sem necessidade? Se o critério de existência de um ano for esse, 2020 está definitivamente mal cotado. A possibilidade de estar fisicamente próximo aos demais como critério de passagem do tempo também torna 2020 um fracasso. A regra do metro e meio ou dois metros de afastamento e o uso de máscaras nos impede daquele contato corpo a corpo o qual o brasileiro tanto aprecia.

Mesmo com todas as agruras de 2020, de alguma forma crescemos e amadurecemos, compreendemos que absolutamente tudo nas nossas vidas, todas as experiências vividas, deixam aprendizados. A cabeça fria e a visão de longo prazo foram essenciais para aguentar o tranco, cada um a seu modo, focados na esperança de vencer a pandemia e todas as demais consequências negativas do ano. Ainda não vencemos a crise sanitária, mas, entraremos convictos de que 2021 será um ano de recomeços, reparações e recuperações. Com a vacina, certamente teremos assegurada a saúde e boa disposição para agarrar todas as oportunidades que surgirem.

O amadurecimento acontece na medida em que o tempo passa – com ou sem isolamento – e pode até intensificar-se com as dificuldades, como a pandemia que enfrentamos. Amadurecer é suportar o tédio, encarar a solidão, buscar realizações em pequenos acontecimentos do dia a dia, encontrar a solidariedade, a empatia, a união e a amizade das formas ao nosso alcance, sobretudo as virtuais. Se você fez aniversário em 2020, você tem sim um ano a mais de compreensão sobre o que é a vida, seu sentido, seu valor, suas agruras e suas alegrias. E parte desta compreensão foi construída sobre as reflexões e as noites mal dormidas que o isolamento trouxe.

Se você perdeu alguém que ama para a covid-19, então sabe melhor do que ninguém o que significa a passagem dos dias em tempos de pandemia. É o elaborar das perdas, o aprender a despedir-se, o valorizar a vida e a presença. A partida de pessoas queridas e a chegada de bebês ao planeta provam que a existência segue. Quer afastemos o calendário de nossas vistas, quer encaremos sua incômoda presença. São Paulo asseverou, em tom sapiencial, aos Gálatas: “Pois, aquilo que o homem semear, isso também ceifará”. O apóstolo disse essa frase após explanar sobre o que são as obras da carne e o fruto do espírito. Fê-lo de maneira didática e precisa. Afinal, a nossa existência é, em verdade, um grande campo de semeadura e colheita. Recebemos, via de regra, o que plantamos ao longo da vida, tanto no campo pessoal quanto profissional.

Chegamos ao final de mais uma travessia anual com o coração em inabalável paz e a alma plenamente tranquila, celebrando conquistas em duras batalhas que foram travadas e agradecendo ao nosso Senhor pela força, proteção e guia para trilharmos com honestidade nossa caminhada.